O auditório do Instituto do Legislativo Paulista (ILP) recebeu, na tarde desta terça-feira (24), o seminário "Patrimônios e Legados Culturais Imateriais no Estado de São Paulo". Promovido pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas (GPPP), iniciativa do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL), em parceria com o ILP - órgão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo voltado para a difusão de conhecimento e pesquisa -, o evento contou com a participação de dez pesquisadores da área e do 1° secretário da Alesp, deputado Maurici (PT).

As palestras discutiram a importância dos patrimônios imateriais para preservação da cultura, com foco em festividades e expressões artísticas no Estado de São Paulo. O objetivo é estimular o desenvolvimento de políticas públicas e entender o que pode ser feito para implementá-las na prática.

Este foi o primeiro seminário do GPPP, que tem como intenção levar conhecimento científico e fortalecer a formulação legislativa e gestão pública por meio da ciência, valorizando a pesquisa aplicada e o saber local.

"O grupo de pesquisa oferece um espaço oficial e estruturado para pesquisadores de diferentes níveis e trajetórias, desde a iniciação científica até o pós-doutorado. Ele acolhe docentes e pesquisadores de regiões onde ainda não há instituições de pesquisa e promove conexões com centros de excelência", afirmou o diretor do CBEAL, Roberto Bertani.

Políticas de preservação

Para o arquiteto e doutor em geografia Pedro de Alcântara Bittencourt, o Estado de São Paulo tem a responsabilidade de reconhecer as memórias patrimoniais das manifestações artísticas e culturais. "Espera-se a contribuição do Governo, principalmente do paulista, entre outros agentes, na formação e constituição deste grande mosaico cultural chamado Brasil", disse.

A ausência de legislações municipais de salvaguarda dos patrimônios culturais é um dos principais problemas apontados pela doutora em turismo e hospitalidade Angela Taberga. Segundo a pesquisadora, faltam planejamentos que visem a preservação de potenciais referências culturais locais a médio e longo prazo.

Angela também trouxe reflexões sobre a necessidade de reduzir burocracias e flexibilizar os editais para que as leis de incentivo cheguem a todos. "É preciso ampliar as políticas de salvaguarda e introduzir isso como política de educação patrimonial dentro da escola, ensino formal e ensino informal", explicou.

Turismo

Filipe Vieira estudou em sua tese de doutorado a relação entre turismo, desenvolvimento local e preservação de patrimônio cultural e natural no município de São José do Barreiro, interior de São Paulo. "Ao contrário de outras regiões, nos últimos 20 anos pelo menos, esses municípios têm perdido população. O turismo sempre apareceu como uma esperança, e ele está respaldado pelo patrimônio."

Para Angela, que concentrou sua pesquisa na dança folclórica Cururu, é importante entender essa manifestação cultural como uma potencialidade turística que pode fomentar a economia no Estado de São Paulo. A relação entre preservação de patrimônio imaterial e turismo aparece, então, como ferramenta de desenvolvimento local.

Assista à palestra, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

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