O Instituto do Legislativo Paulista (ILP), órgão da Assembleia Legislativa de São Paulo, promoveu na quinta-feira (11), um encontro virtual para discutir o impacto da colaboração entre o setor público e o privado na expansão internacional de empresas brasileiras. O evento, realizado em parceria com a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), destacou práticas finalistas na categoria Atividades Internacionais do Prêmio Marco Maciel, organizado pela entidade.

"Esse ciclo visa divulgar e discutir experiências significativas, contribuindo para o debate sobre a sustentabilidade em termos da construção de instituições eficazes e da potencialização de parcerias", ressaltou Daniel Garroux, diretor-executivo do ILP. O evento está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Práticas inovadoras

Um programa de internacionalização de 150 empresas capixabas sem experiência prévia no mercado externo foi um dos destaques do evento. A iniciativa atende micro e pequenas empresas com programas de qualificação e plataformas para diagnóstico de maturidade exportadora. A parceria reúne a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).

Para Amanda Mesquita, analista da Apex e MBA em Comércio Exterior e Negociações Internacionais, a mudança de mentalidade é crucial para empresários que desejam expandir os negócios para o exterior. "A exportação não é só contêiner. A empresa pode começar a exportar com qualquer volume e seguir aumentando, se aperfeiçoando", afirmou a especialista, ao defender a relevância da preparação para as empresas ganharem competitividade no mercado internacional.

Outro tema do encontro tratou de políticas de avaliação de investimento estrangeiro no Brasil. O trabalho do Instituto Monitor da Democracia sugere a criação de mecanismos para verificar e monitorar aportes de outros países em setores estratégicos da economia brasileira. A sugestão resultou em projeto de lei no Congresso Nacional para instituir o Comitê de Triagem para Investimentos Estrangeiros Diretos (CTIE).

Na opinião do presidente do Monitor, Márcio Coimbra, a modernização legislativa vai colocar o Brasil no mesmo patamar dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para ele, a triagem dos investimentos pode evitar práticas comerciais predatórias, combater a lavagem de dinheiro e, por tabela, proteger a soberania nacional.

O evento virtual, mediado por Bruno Rizzi, diretor regional da Abrig São Paulo, contou também com a participação dos diretores da Findes, Bernhard Schmid e Ícaro Gomes.