Dia mundial de prevenção de afogamentos reforça alerta sobre segurança nas águas

Veterano do Corpo de Bombeiros formou mais de 6 mil salva-vidas e possui sete décadas de dedicação ao salvamento aquático
25/07/2025 15:00 | Saúde | Fagner Moura - Fotos: Asvesp e Marinha do Brasil

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Marinha realiza inspeção das embarcações<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2025/fg349902.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Treinamento de salvamento aquático<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2025/fg349901.jpeg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tenente Rufino e grupos de alunos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2025/fg349900.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Protocolo Opas/ONU<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2025/fg349959.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta sexta-feira, dia 25 de julho, é comemorado o Dia Mundial de Prevenção de Afogamentos. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas, em 2021, com o objetivo de conscientizar a população e reduzir as mortes relacionadas a este problema de saúde global.

Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a cada 90 minutos um brasileiro morre afogado, o equivalente a dezesseis pessoas por dia. Um número alarmante de casos que poderiam ser evitados.

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A Organização Pan-americana de Saúde inclui como protocolo o treinamento de pessoas em resgate e reanimação. Esse conhecimento auxilia a evitar mortes ocasionadas pelos afogamentos. Rufino Rodrigues de Oliveira, de 94 anos, é tenente veterano do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo e é exemplo disso.

Ele ingressou na força pública em 1952 e, apenas dois anos depois, começou a trabalhar no serviço de salvamento aquático. Oliveira nasceu em Santana do Cariri, no Ceará, onde, na infância, aprendeu a nadar. Por causa dessa habilidade, ele criou um curso de salvamento aquático na corporação junto com o tenente João Bidin. Um comandante da época, no entanto, mandou arquivar o projeto apenas 30 dias depois, por acreditar que não precisava de nadadores na Polícia Militar, apenas de bons atiradores.

Já nos anos 1980, Rufino Oliveira atuava como professor de natação e salvamento na então Secretaria de Esporte e Turismo do estado, quando o então secretário Francisco Rossi presenciou uma das aulas e formalizou junto a à Secretaria da Segurança Pública e o comando da Polícia Militar a criação do curso.

Foi neste período que o veterano decidiu criar a Associação dos Salva-vidas do Estado de São Paulo (Asvesp) - entidade da qual é presidente até hoje - e começou a ministrar aulas no complexo esportivo Baby Barioni, no bairro da Água Branca, zona oeste da Capital paulista. "Formei mais de 6 mil salva-vidas, sem contar os que foram formados antes do curso no Baby Barioni", recorda Oliveira.

Os treinamentos realizados pelo bombeiro não se limitaram apenas a atividades voltadas ao meio militar. Sua preocupação foi em ampliar o conhecimento para a população, contribuindo com a redução das mortes por afogamento no estado de São Paulo. "O que me motivou a dar o curso foi ver pessoas formadas que não tinham treinamento para salvamento aquático. Repassava meu conhecimento, que tive a partir de professores de outros países, para formar salva-vidas preparados para enfrentar todas as consequências de um acidente", explica ele.

Como prevenir

Ao frequentar as praias, é importante manter a água até a altura do joelho como uma medida de segurança. A frase "água no umbigo, sinal de perigo" é sempre repetida pelos salva-vidas que orientam os banhistas. No caso das crianças, a companhia de um adulto responsável ajuda a evitar casos de afogamentos. A ingestão de bebidas alcoólicas antes de adentrar ao mar e não se atentar com marés de retorno também aumentam o risco de acidentes.

Para além da praia

Além das regiões litorâneas, áreas de rio são procuradas pela população do estado como opção de lazer. No caso de incidência de afogamento, a Marinha é responsável pelo suporte ao Corpo de Bombeiros nas operações de busca e salvamento.

"Enviamos equipes para realizar inspeções nos rios, onde verificamos a situação documental e os equipamentos de salvamento obrigatórios que são fundamentais para a segurança da navegação. Verificamos se são devidamente homologados e se os coletes são compatíveis com o tipo de embarcação e quantidade de passageiros", explicou o capitão de fragata Eduardo Guimarães de Held, ajudante da Capitania Fluvial do Tietê-Paraná, sediada em Barra Bonita e responsável pelo atendimento de 369 municípios paulistas.

A Capitania realiza o salvamento a embarcações ou o resgate de pessoas em perigo nos rios ou represas. Os pedidos de socorro são recebidos pela entidade a partir do contato realizado pelo Corpo de Bombeiros local e a Marinha envia uma equipe especializada para atender a ocorrência.

Recentemente, a instituição disponibilizou um aplicativo gratuito chamado Navseg, onde o condutor da embarcação insere o plano de viagem e pode acionar o socorro, facilitando o trabalho de localização pelo órgão. A instituição também possui um telefone dedicado para emergências marítimas: 185 - que pode ser acionado pela população.

A Opas criou um protocolo com seis intervenções de prevenção de afogamento, que auxiliam a reduzir os riscos de acidentes:

Legislação

Em 1981, foi aprovada a Lei nº 2.846/1981, de autoria do ex-deputado Álvaro Fraga, que tornou obrigatória a presença de salva-vidas nas piscinas públicas do estado de São Paulo, determinando a presença de um profissional a cada 300 metros quadrados.

Por sua vez, a Lei estadual que criou Código Estadual de Proteção Contra Incêndios e Emergências, sancionada em 2015, coloca como competência do Corpo de Bombeiros realizar atividades de prevenção e proteção de afogados. Esse serviço é feito por meio de guarda-vidas em locais públicos identificados como áreas de interesse dos serviços de bombeiros.

alesp