Embraer completa 56 anos como símbolo de inovação, tecnologia e desenvolvimento para São Paulo
19/08/2025 16:30 | Orgulho nacional | Fernanda Franco - Fotos: Embraer


Uma empresa brasileira que transformou a forma como o mundo voa. Completando hoje 56 anos de fundação, a Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo e líder de mercado em aviões de até 150 assentos. "Entre tantas conquistas, creio que o destaque seja a capacidade contínua de desenvolver tecnologias de ponta e de formar pessoas altamente qualificadas que desenvolvem essas máquinas fantásticas há cinco décadas", aponta Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer.
Fundada em 19 de agosto de 1969 em São José dos Campos, a Embraer nasceu como estatal a partir do esforço do Marechal Casimiro Montenegro Filho e do engenheiro Ozires Silva de desenvolver uma indústria aeronáutica no país. O marechal foi fundador do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1950, também localizado em São José dos Campos, o que motivou a escolha da cidade como sede da Embraer.
Eles ajudaram a estruturar uma base sólida de educação, pesquisa e inovação que sustenta o setor até hoje, mesmo após a privatização em 1994. "O Brasil é atualmente uma referência global na indústria aeroespacial graças a essas pessoas visionárias. Temos muito orgulho de levar adiante esse legado", afirma o CEO.
Esse desenvolvimento - e crescimento - se reflete nos números. Em média, a cada 10 segundos uma aeronave Embraer decola em algum lugar do planeta. Desde sua fundação, a empresa já produziu mais de 9 mil aeronaves que operam em cerca de 100 países e 60 forças armadas, transportando anualmente 150 milhões de passageiros. Além disso, a empresa projeta e certifica mais de 40 modelos de aeronaves, com destaque para os aviões comerciais, executivos e militares.
Jato comercial da categoria Leve mais vendido do mundo, PHENOM 300E.
Inovação, tecnologia e sustentabilidade
Segundo Gomes Neto, a inovação é um dos pilares que sustentam a Embraer desde sua criação. A companhia atua tanto em melhorias incrementais quanto em projetos disruptivos, como as aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), conhecidas como "carros voadores" e voltadas à mobilidade aérea urbana. A subsidiária responsável pelo projeto terá a produção concentrada em Taubaté.
Protótipo em escala real do eVTOL, da Eve, durante apresentação na Inglaterra em 2024.
Ao mesmo tempo, a Embraer reafirma seu compromisso com a sustentabilidade uma vez que todas as operações no Brasil já utilizam energia elétrica 100% renovável. O jato comercial E2 é atualmente o mais sustentável da sua categoria, reduz em 25% as emissões de CO2 em relação à geração anterior - número que pode chegar a 85% quando operado com combustível sustentável de aviação (SAF).
Além disso, a empresa busca ampliar sua atuação em drones e sistemas não tripulados. "São áreas que podem consolidar ainda mais São Paulo como polo de alta tecnologia aeroespacial", avalia o engenheiro Glauco Augusto de Paula Caurin, professor do departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP)
Pesquisa e indústria
Segundo Caurin, a trajetória da Embraer se confunde com a própria evolução da engenharia aeronáutica no país. "A empresa foi fundamental para transformar uma ênfase do curso de Engenharia Mecânica da USP de São Carlos em um curso estruturado de Engenharia Aeronáutica", explica.
Isso só foi possível graças a uma carta de apoio explícito da Embraer para a USP, em 2001, que deu respaldo à universidade e permitiu consolidar a área. Essa importante negociação foi idealizada e mediada pelo Professor Fernando Martini Catalano, atualmente diretor da EESC-USP. "Propus o curso de engenharia aeronáutica em 2001 e em 2002 tivemos a primeira turma. Foi uma batalha muito grande, pois fazia tempo que a universidade não abria um curso novo. Na época, havia a necessidade de formação qualificada", relembra Catalano.
Esse intercâmbio resultou em uma relação mútua. A Embraer contribuiu para o crescimento da engenharia no Brasil e, ao mesmo tempo, passou a absorver ex-alunos da USP e de outras instituições de excelência, como o ITA e a Unicamp. "Hoje, muitos dos nossos ex-alunos estão nos quadros da empresa. É motivo de muito orgulho ver uma companhia brasileira competir globalmente, exportando tecnologia de ponta em aviação regional, executiva e também na defesa", destaca Caurin.
Para o professor, o fato da Embraer ter esse contato próximo com universidades, tendo mestres e doutores trabalhando dentro da empresa e não apenas no mundo acadêmico, é uma outra característica potencial. "Esse é um modelo que infelizmente não é muito usual no Brasil mas que está dando muito certo. Acredito que isso serve de exemplo para outras indústrias brasileiras seguirem", aponta.
Nesse sentido, a empresa também possui o Instituto Embraer, referência em investimento social privado, que oferece ensino de qualidade a jovens em situação de vulnerabilidade. Em parceria com instituições como USP, Unicamp, ITA, Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a companhia investe em pesquisa e na formação de profissionais. O programa de mestrado em engenharia aeronáutica do ITA, apoiado pela Embraer, já formou mais de 1,6 mil profissionais altamente qualificados. "A Embraer é resultado de um investimento estratégico do Estado brasileiro em educação e mantemos essa bandeira em nossas ações de diversidade, inclusão e desenvolvimento de novos talentos", reforça o presidente da empresa.
Desenvolvimento paulista e nacional
Todas as operações industriais da Embraer estão localizadas em cidades paulistas, sendo elas: São José dos Campos (sede), Botucatu, Gavião Peixoto e Sorocaba. A empresa gera atualmente cerca de 18 mil empregos diretos no Estado de São Paulo e mais de 90% da produção é destinada à exportação, o que contribui fortemente para a balança comercial brasileira e para o desenvolvimento econômico regional.
De acordo com o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, a companhia planeja investir R$ 20 bilhões no Brasil e no exterior nos próximos cinco anos, com foco no aumento da produção de aeronaves e no desenvolvimento de novos produtos, incluindo aeronaves elétricas.
A posição internacional da Embraer é estratégica não apenas para os negócios, mas também para a diplomacia brasileira. A empresa detém uma carteira de pedidos de US$ 29,7 bilhões e tem ampliado sua presença em diversos países.
O avião multimissão KC-390, desenvolvido em parceria com a Força Aérea Brasileira, já foi adquirido por diversos países da OTAN como Portugal, Hungria, Holanda, Áustria e República Tcheca, além da Suécia, Eslováquia e Coreia do Sul. O acordo mais recente foi fechado com a Lituânia.
Aeronave militar de transporte KC-390 Millennium
Papel do Estado de São Paulo
Na avaliação do professor Glauco Caurin, a liderança paulista no setor não seria possível sem um ambiente político e institucional favorável. Ele afirma que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo "tem um papel estratégico ao garantir legislações que ofereçam condições de pesquisa, inovação e interação global para universidades e empresas", e ressalta que essa relação entre público e privado foi essencial para o sucesso da Embraer.
"É a questão da hélice tripla: política, universidade e empresas, que, somando forças, buscam avançar e achar o bem para o país", diz Caurin. Mas o professor aponta, contudo, a importância de manter o olhar sempre para o futuro e para o alto. "São Paulo já é líder no Brasil em termos de tecnologia, mas precisamos avançar ainda mais para reduzir burocracias de condições de trabalho e de capacidade de interagir globalmente. Temos que ampliar a competitividade global", conclui.
A Alesp, por meio da Lei 17.418/2021, de autoria da deputada Leticia Aguiar (PL), que é natural de São José dos Campos, denomina a cidade sede da Embraer como Capital Estadual da Indústria Aeroespacial e Capital do Avião. A parlamentar teve como inspiração o desejo e o legado do Engenheiro Coronel Ozires Silva, fundador da Embraer, de reconhecer oficialmente a vocação de São José dos Campos como importante polo aeroespacial do país e para criar novas oportunidades no setor.
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