ILP promove debate sobre saúde mental e qualidade de vida

Evento foi realizado em parceria com a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); palestrantes abordaram temas como hiperconectividade e sedentarismo
20/08/2025 18:44 | bem-estar | Giullia Chiara - Foto: Reprodução YouTube

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Debate sobre saúde mental e qualidade de vida<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg351219.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista realizou, nesta terça-feira (19), um debate online sobre saúde mental e qualidade de vida. O evento foi promovido em parceria com a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Especialistas abordaram avanços do mundo moderno e os efeitos negativos da tecnologia na saúde mental e na qualidade de vida da população.

A psicóloga e especialista em neurociência do comportamento e cognição, Nazareth Ribeiro, explicou que a hiperconectividade pode contribuir para transtornos como ansiedade e depressão. "A revolução tecnológica transformou a nossa forma de trabalhar. Isso cria uma urgência por respostas e nós precisamos, acima de tudo, saber limitar isso", mencionou.

A especialista apontou a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) do Ministério do Trabalho - que exige que empresas brasileiras avaliem riscos psicossociais em seus programas de segurança e saúde no trabalho -, como um passo importante para a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho. "A empresa que estiver alinhada com isso, vai trazer um olhar competitivo e positivo para ela e para o líder que estiver alinhado com esse processo", destacou.

Já o médico Paulo Magno afirmou que diferente de doenças físicas, os transtornos mentais não recebem a devida atenção. "Na saúde mental, infelizmente, a gente tem uma complexidade maior e, muitas vezes, não é levado em consideração todos os recursos necessários para prevenir, tratar e principalmente para evitar recaídas", disse.

O especialista também explicou que o Brasil sofre com 10% de prevalência de depressão e 18% de ansiedade e que o aumento expressivo do quadro em crianças e adolescentes também causa preocupação e deve ser tratado como prioridade pelas autoridades.

Sedentarismo

O pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, André de Oliveira Werneck, ressaltou que "pessoas que possuem transtornos mentais também possuem maior comportamento sedentário" e, para além da saúde mental, isso implica em riscos para outras doenças, como problemas cardiovasculares.

Werneck ainda explicou que além das atividades físicas, adotar hábitos que mantenham a mente ativa auxilia na prevenção dessas patologias. "Se uma pessoa assiste televisão três horas por dia ou navega passivamente no computador por três horas, é muito improvável que essa pessoa transforme esse tempo em três horas de atividade física. Uma substituição viável seria, por exemplo, substituir esse tempo por uma atividade mentalmente ativa, como ler um livro ou uma revista."

O debate também contou com a participação do físico e doutorando em epidemiologia e acústica Marcelo de Mello e da professora em Saúde Pública da USP Adelaide Cassia Nardocci. A mediação foi realizada pela vice-presidente da Abrig, Tacyra Valois.

Esta é uma contribuição da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, do IPT, da Fapesp e da Abrig para a discussão temática do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 3 (Saúde e Bem-Estar) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.

Assista ao debate, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

alesp