Pesquisas científicas são parte fundamental da produção agrícola sustentável
13/09/2025 05:00 | Agronomia | Louisa Harryman - Fotos: Gerhard Waller/ Denise Guimarães/ Governo do Estado de São Paulo




Nas últimas cinco décadas, o Brasil presenciou um investimento crescente em pesquisas, modernização e desenvolvimento de tecnologias na área agropecuária. Este período de grande avanço ficou conhecido como "Revolução Verde" e consagrou o país como um dos principais produtores e fornecedores na área.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o agronegócio representou 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024. Esse valor aglomera as atividades pecuárias e agrícolas, e totalizou R$2,72 trilhões do PIB no último ano.
No centro desse desenvolvimento estão os agrônomos, homenageados mundialmente hoje, 13 de setembro. No Brasil, a data é complementada pelo Dia do Engenheiro Agrônomo, celebrado em 12 de outubro.
Carreira de agrônomo
Engenheiro agrônomo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Thiago Romanelli explica que um dos motivos de ter escolhido a carreira foi o grande número de possibilidades profissionais na área, que abrange desde as ciências exatas até as humanas.
"Quem entra no curso de engenharia agronômica pode sair com um perfil engenheiro, geneticista, biólogo, sociólogo, economista e administrador. Então, o título é o mesmo, mas nós temos uma ampla gama de possibilidades", esclarece Thiago
Estes profissionais atuam em toda a cadeia de produção de alimentos, do cultivo de plantas e criação de animais até o produto chegar ao consumidor. Para exercer a atividade, é preciso conhecimento científico sólido para resolver problemas de aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais.
Práticas e aprendizados na graduação
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, a Esalq, é referência em ensino e pesquisa em ciências agrárias no Brasil e na América Latina, reconhecida também no cenário internacional. Localizado em Piracicaba, o campus da USP conta com uma área territorial de mais de 3,8 mil hectares, e desde sua fundação, em 1901, já formou mais de 13 mil engenheiros agrônomos.
Com mais de um século de tradição, a faculdade precisou constantemente inovar diante de novas tecnologias e das exigências do mercado. Entre as modernizações mais recentes, o professor e vice-diretor da Esalq, Marcos Milan, destaca projetos em agricultura de precisão, uso de sensores e inteligência artificial no monitoramento de lavouras, biotecnologia aplicada ao melhoramento genético, gestão, estudos em bioenergia e economia circular e práticas voltadas à mitigação das mudanças climáticas.
Para que essas mudanças sejam possíveis e a instituição continue formando profissionais capacitados, as pesquisas científicas ocupam lugar de destaque. Segundo Milan, "a pesquisa desempenha papel essencial, contribuindo decisivamente para o avanço da engenharia agronômica ao gerar conhecimento científico e tecnológico de impacto". Com 130 laboratórios, a estrutura acadêmica da Esalq permite uma abordagem integrada de temas estratégicos e para o avanço na área.
O vice-diretor esclarece que as pesquisas são viabilizadas por investimentos públicos e privados. No estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se destaca como um dos principais agentes financiadores de projetos ."As pesquisas contribuem para avanços em genética, biotecnologia, agricultura de precisão, produção vegetal e animal e economia agrícola. A Escola investe de forma estratégica em ciência", completa.
Institutos paulistas
Fundado em 1887 pelo imperador D. Pedro II, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) é ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. "O Instituto Agronômico enxerga quais são as oportunidades do setor, desenvolve pesquisas, traz soluções com base em ciência e transfere esse conhecimento para o usuário, que é o agricultor", explica Dirceu de Mattos Jr, engenheiro agrônomo e pesquisador do IAC.
Mattos também é diretor do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, centro de pesquisa vinculado ao IAC focado no cultivo de frutas cítricas. A fazenda experimental possui o Selo Ouro Farm Sustainability Assessment (FSA), da plataforma Iniciativa de Agricultura Sustentável (SAI), certificado internacional de sustentabilidade. O selo reconhece o trabalho do centro em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica alinhados à prática sustentável.
O IAC atua no aumento da eficiência produtiva e na sustentabilidade da agricultura brasileira, sendo referência em pesquisas que fortalecem a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria. "Toda essa informação que o Instituto Agronômico trouxe para a agricultura se transformou em oportunidade para o setor ganhar eficiência produtiva, organização e ser mais resiliente e sustentável", completa Mattos.
Futuro sustentável e mecanização
Entre os desafios da produção agrícola, ganha destaque a conciliação entre práticas sustentáveis e retorno financeiro. Romanelli defende que a produção eficiente - fazer mais com menos - é essencial para sustentabilidade. "Se estou usando menos insumo, estou emitindo menos CO2 equivalente, gastando menos energia e menos cifrão para obter o mesmo produto."
Para Mattos, a produção sustentável também se faz com eficiência. "Nós não usamos insumos de forma irresponsável, porque eles têm custo. E cada vez que a gente usa de forma responsável, nós preservamos o ambiente de produção, o ambiente externo onde a sociedade está inserida, e retornamos qualidade para esse consumidor e para sociedade nos seus vários nichos", afirma.
Com o desenvolvimento da tecnologia e a procura por práticas sustentáveis, as máquinas ganham cada vez mais espaço nos campos. Para Milan, o avanço da mecanização agrícola tem sido expressivo, com a incorporação de tecnologias como agricultura de precisão, big data, eletrônica e robótica. Neste sentido, o uso das máquinas aumenta a produtividade, eficiência e sustentabilidade nas produções agrícolas.
Romanelli reforça que essas tecnologias são fundamentais para superar os desafios da produção, como eventos climáticos, através do monitoramento meteorológico e previsão de safras e doenças. "O campo não é uma mímica da natureza. A agricultura não é a arte de colher o sol. É uma indústria a céu aberto e depende das contribuições ambientais, como vento, insolação e chuva", completa.
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