Doutores da Alegria combinam arte e sorriso para transformar hospitais em espaços de vida
28/09/2025 15:40 | Saúde | Daiana Rodrigues - Fotos: Lana Pinho, Ricardo Teles e Luciana Serra-Doutores da Alegria








"Eu queria ter um enorme baú onde pudesse guardar todos os encontros transformadores para que nenhum deles pudesse escapulir. Não digo apenas sobre as risadas e brincadeiras, porque a conexão também acontece pelos gestos, risos e olhares, o ouvido escuta e a pele sente". Foi com essas palavras que a atriz Loi Lima, que interpreta a personagem Dra. Ursa Maior, expressou a emoção de cada visita dos artistas do Doutores da Alegria.
Fundada em 1991 por Wellington Nogueira, "Doutores da Alegria" é uma organização social que leva diversão por meio da arte do palhaço para pacientes, familiares, acompanhantes e profissionais de saúde em 15 hospitais públicos de São Paulo, Recife, Rio de Janeiro. Neste domingo é celebrado o "Dia Estadual dos Doutores da Alegria", data instituída pelo Parlamento Paulista por meio da Lei Estadual 14.963/2013.
A entidade é reconhecida internacionalmente pelo impacto de suas ações, tendo inspirado diversos grupos semelhantes. Ao longo dos anos, as iniciativas foram ampliadas para espaços culturais e empresas a fim de promover um ambiente mais saudável, gerar motivação e engajamento nas relações.
Quem são os doutores da alegria?
Carinhosamente chamados de "besteirologistas", os palhaços realizam visitas semanais e gratuitas, em unidades hospitalares. Ao todo são 45 atores contratados e treinados para trazer acolhimento, humanização e alívio à experiência da internação por meio de brincadeiras nas quais o palhaço faz de conta que é médico.
Suzana Aragão atua como a personagem Tutty Bolot's no elenco do Doutores da Alegria em São Paulo desde 2018. A artista explica que o trabalho exige habilidades de improviso, humor e um repertório artístico baseado em sons, jogos, música, mágicas e brincadeiras com objetos.
"Nosso trabalho ocorre em cada leito hospitalar e é individualizado. Então, se uma criança não quer interagir conosco, seja por medo, dor ou tristeza, a gente não insiste. Tem também casos em que uma mãe está chorando e um sorriso se torna essencial naquele momento", explica Suzana.
A atriz conta que é usado um repertório diferente para dialogar com cada público. "Com crianças que têm mais dificuldade de interagir, fazemos, por exemplo, até quatro visitas até que elas se sintam mais à vontade. Já com os adolescentes e os idosos, a criação artística é diferente. Nada é ensaiado", complementa.
Além disso, é feito um acompanhamento do tratamento e do quadro clínico do paciente junto com médicos, enfermeiros e psicólogos para que se possa trabalhar em parceria.
Arte transformadora
Durante muito tempo, os hospitais foram vistos como espaços frios, silenciosos e marcados por protocolos de saúde. No entanto, pesquisas em saúde pública constatam que o cuidado com a saúde também inclui o bem-estar emocional, mental e social.
Nesse contexto, surge o conceito de humanização hospitalar, que torna os ambientes de saúde mais acolhedores por meio de intervenções artísticas. Dentre os benefícios da prática, estão redução do estresse e da ansiedade, melhora na qualidade do ambiente de trabalho das equipes médicas, fortalecimento dos vínculos afetivos entre profissionais e internados e expressão de sentimentos silenciados durante o tratamento.
Além disso, as atividades artísticas podem influenciar indicadores, como tempo de internação, uso de medicamentos e resgate da identidade do paciente - que deixa de se enxergar como um número de leito - através do riso e do canto quando assiste uma apresentação.
Com isso, a arte do "Doutores da Alegria" mostra que o hospital não precisa ser um lugar só de dor e tratamento. Pode ser também lugar de afeto, memória e criação.
Riso nos hospitais paulistas
Desde 1991, já foram aproximadamente 2,4 milhões de ações realizadas nos hospitais de São Paulo, Recife, Rio de Janeiro. Em 2022, só no estado paulista houve pouco mais de 108 mil visitas em nove hospitais públicos. Dentre eles estão Hospital Geral do Grajaú, Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) e Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
De acordo com o Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social, 96% das crianças ficaram mais à vontade com o ambiente hospitalar e 89% se tornaram mais colaborativas ao tratamento. A arte dos palhaços também impactou 90% dos familiares que passaram a brincar mais com as crianças ou a buscar outras formas de aproximação.
Em 2024, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo reconheceu Doutores da Alegria como entidade promotora de direitos humanos.
Já em 2020, Doutores da Alegria foi homenageada pela escola de samba Dragões da Real com o enredo "A Revolução do Riso: A Arte de Subverter O Mundo Pelo Divino Poder da Alegria", no sambódromo do Anhembi.
Apoie a causa
O programa de visitas do "Doutores da Alegria" é mantido com o apoio de doadores e patrocinadores que valorizam a saúde, cultura e assistência social. Para doar acesse: www.doar.doutoresdaalegria.org.br
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