Alesp sedia audiência sobre uso de agrotóxicos






Especialistas, professores e defensores do meio ambiente compareceram a uma audiência pública para discutir o uso de agrotóxicos no Estado de São Paulo e o Projeto de Lei 6.299/2002, que tramita na Câmara dos Deputados conhecido como "PL do veneno". O evento ocorreu no auditório Teotônio Vilela da Alesp, na segunda-feira (26/11).
Para Larissa Bombardi, professora doutora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), estamos nos afastando da segurança alimentar. "É um quadro grave, que nos faz olhar com cuidado para a situação da alimentação pública. [Os agrotóxicos] atingem sobretudo as crianças - organismos em desenvolvimento, que recebem o impacto de forma diferente de um adulto", disse.
Especialista no assunto, Bombardi apresentou dados que colocam o Brasil como consumidor de 20% do agrotóxico mundial, sendo mais da metade herbicidas à base de glifosato - molécula que foi descrita como um provável causador de câncer humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) da Organização Mundial de Saúde (OMS), já em março de 2015. Do total de agrotóxicos utilizados no Brasil, 52% é direcionado para plantações de soja, cana-de-açúcar e milho, e São Paulo é o estado responsável por 62% dos canaviais brasileiros. Segundo ela, entre 2007 e 2014, foram registrados mais de 25 mil casos de pessoas intoxicadas por agrotóxicos no Brasil, sendo 2055 deles no Estado de São Paulo.
Sobre a relação entre o consumo de transgênicos e agrotóxicos, a engenheira agrônoma Carla Bueno explicou: "70% das sementes transgênicas são aprovadas por serem consideradas resistentes aos agrotóxicos. Portanto, acumulam resíduos em suas superfícies e podem afetar a saúde de seus consumidores. A alimentação é um fator importante para a saúde pública".
De acordo com Telma Nery, médica sanitária do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, o fato de o índice de mortalidade infantil ter voltado a crescer após muitos anos no Brasil pode estar relacionado ao consumo de agrotóxicos. "Por exemplo, municípios que possuem maior concentração de atrazina em suas águas apresentam muitos casos de nascimentos de bebês prematuros", argumentou.
Diante desse quadro, o deputado federal Nilto Tatto (PT) colocou em questão a importância da aprovação do Projeto de Lei 6670/16, também da Câmara, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara). Para ele, o impacto da medida levará a sociedade a repensar o modelo da agricultura brasileira. "Estão previstas ações de curto, médio e longo prazo para incentivar ciência, tecnologia, pesquisas e economia a aumentarem a produção agrícola de orgânicos. Além disso, será incentivado o desenvolvimento e a produção de bioinseticidas, que poderão substituir os produtos químicos utilizados na agricultura."
Tatto ainda defendeu que a aprovação do PL 6.299/2002 contribuiria para o desligamento parcial do Brasil no mercado internacional de produção agrícola, "uma vez que diversos países vêm adotando medidas contra os agrotóxicos, inclusive reduzindo importação de produtos de locais com altos índices de herbicidas químicos". O projeto altera a legislação sobre agrotóxicos e, segundo seus opositores, facilita o registro de novos produtos e flexibiliza seu uso, reduzindo a necessidade de estudos aprofundados sobre seus riscos.
O presidente da audiência, deputado Marcos Martins (PT), destacou sua expectativa sobre futuros encontros para discussão da pauta. "Vamos tomando conhecimento, disseminando essas informações para que possamos enfrentar a situação. Não adianta dizer que vai matar a fome vendendo um monte de veneno, porque as pessoas também morrem por conta disso. Então, não dá mais para ficar iludindo a população", declarou.
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