Mais de trinta milhões de cachorros e gatos abandonados nas ruas no país atualmente. Esse índice foi um dos principais pontos destacados por Juliana Camargo de Oliveira, fundadora da Organização Não Governamental Ampara Animal, uma das convidadas da CPI da Venda de Animais da Alesp, que se reuniu na quinta-feira (30/5).

Para Juliana, a causa animal merece ser acompanhada pelo Poder Público e é de grande importância o assunto estar em pauta hoje em dia. "No nosso entendimento, vida alguma deve ser comercializada, não faz sentido lucrar com a vida de um ser vivo. Entretanto, diante do que temos de realidade sobre educação, desejo, consumo desses seres em relação à "raça da moda", temos que realizar um trabalho aliado, associado à educação de uma forma geral, à conscientização " pois muitas vezes as pessoas não têm a mínima noção da quantidade de animais abandonados no Brasil, de que os abrigos estão superlotados, de que isso é um problema de saúde pública e social que reflete cada vez mais em esferas da sociedade, de uma forma que as pessoas nem imaginam. Por isso, ao tomarmos qualquer medida, ela precisa unir todas as pontas. Minimizar a possibilidade de isso dar errado é minimizar a possibilidade de um animal ser maltratado", disse.



Programa de castração

O segundo convidado ouvido pela CPI foi Richard Braga de Oliveira Tonn, capitão da Polícia Militar que atua na defesa civil - divisão de convênios. Richard explicou que o governo do Estado pretende ampliar ações envolvendo não apenas castração, mas também construção de hospitais veterinários distribuídos pelos municípios de São Paulo. "Temos que pensar em longo prazo, não apenas a curto. Não podem desassociar a saúde animal da saúde humana, e vice-versa".

O deputado Bruno Ganem (PODE), presidente da CPI, destacou a importância de os convidados explicarem o contexto das situações envolvidas que os parlamentares possam avaliar melhor cada caso. "A lógica é dar o conhecimento aos deputados, com profundidade, e dar voz ao contraditório. Não queremos apenas construir um relatório, mas também identificar situações que podem ser resolvidas de imediato. A sociedade tem demandado animais de raça, e eu sempre defendi a campanha do "não compre, adote", porém as pessoas têm esse direito. O ideal é que se for comprar, tenha condições necessárias para isso", disse.

Também estiveram na reunião os parlamentares Adriana Borgo, Bruno Ganem, Caio França, Delegado Bruno Lima, José Américo, Marcio Nakashima, e Maria Lúcia Amary,