Nestas próximas semanas, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos quatro anos: os deputados.

Depois de sete meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete?

A entrevista desta edição é com o deputado Frederico d'Avila.

Os últimos meses

Eu tenho muitos amigos na Assembleia e já frequentava este Palácio há bastante tempo, mas uma coisa é você visitar e conversar com os colegas e outra coisa é você participar efetivamente do processo. Tem sido gratificante porque, a partir do momento em que você tem a investidura do mandato, você tem outro perfil perante a sociedade e também perante o governo. Isso nos engrandece, mas há um aumento da responsabilidade para que possamos trazer benefícios para a população do Estado, corrigindo injustiças e trazendo desenvolvimento, o único remédio que leva à prosperidade.

Eu diria que os primeiros meses foram mais beligerantes, mas hoje os debates estão mais equilibrados. As pessoas começam a se conhecer e as disputas ficam no campo das ideias sem que afete o relacionamento pessoal, a não ser que tenha desrespeito.

Aqui eu tenho muitos amigos, deputados novos e antigos, e me dou bem com colegas de vários partidos, não só do PSL.

Projetos, legado e futuro

Eu fui eleito, basicamente, por duas vertentes. Uma é o setor da agricultura, pecuária, esportes equestres, voltada para o mundo rural. A outra está ligada a região Sudoeste e Sul do Estado de São Paulo, que compreende o alto do Paranapanema e o Vale do Ribeira. Tenho trabalhado fortemente por essas duas regiões que não estão naquele eixo da riqueza, da Bandeirantes e da Anhanguera, onde está toda pujança econômica do Estado. Como principais objetivos do mandato para essas duas regiões, temos a duplicação da Raposo Tavares no trecho existente entre Ourinhos e Itapetininga e a duplicação da SP-258 do trecho que liga Itapetininga até a divisa do Paraná, que é no município de Itararé. Duplicando essas duas rodovias podemos criar uma grande alternativa em cima do planalto. Uma outra obra importante é a interligação da Raposo Tavares com a Régis Bittencourt através de uma rodovia que ainda não existe, mas que atravessaria a serra ligando as duas. Hoje o Vale do Ribeira está isolado logisticamente na ligação norte-sul, Curitiba - São Paulo. Com essa ligação, consegue-se levar os produtos para a região litorânea com menor custo sem passar pela capital, Rodoanel e afins, e também a riqueza mineral que é extraída do Vale pode-se trazer para o planalto com um custo bastante menor. Como já dizia Washington Luis: "governar é construir estradas".

Além disso, temos mais de oito projetos tramitando, vários na área de segurança voltados para os policiais civis, militares e afins. Por exemplo, a isenção de ICMS e IPVA, eles teriam os mesmos descontos que têm os taxistas. Fizemos, ainda, um projeto para coibir as fraudes nas promoções, as chamadas black fraudes, que é quando se aumenta o preço do produto antes para depois promover um grande desconto, quando na verdade você chega ao mesmo lugar.

Inspiração e referências

O ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, a ex-primeira ministra Margaret Thatcher e o esquecido primeiro-ministro de Singapura Lee Kuan Yew. Ele transformou Singapura de uma cidade pobre com diferenças culturais e linguísticas em uma potência mundial que hoje é o maior hub portuário do mundo. Lá não havia nenhum outro recurso natural a não ser o mar. A gestão foi feita investindo pesadamente em logística e educação.

De referências posso citar ainda o ex-governador e senador Nilo Coelho, que foi presidente do Congresso e antes governador do Estado de Pernambuco. Toda aquela transformação do Vale de São Francisco que é o maior PIB agrícola municipal do Brasil aconteceu por conta de um sonho do então governador Nilo Coelho que implantou à época junto ao Banco Mundial e ao ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos Robert McNamara aquele projeto de irrigação do Vale São Francisco e o desenvolvimento, a riqueza e a distribuição de renda que aconteceu naquela região é um caso singular e que me inspira profundamente.

Eu tenho uma grande admiração pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ele sempre foi um defensor inconteste do setor agrícola, não só do seu Estado, mas do país inteiro. Assim como o Bolsonaro, Caiado passou muito mais tempo na oposição do que na situação e passou a vida inteira com o mesmo discurso, nunca cedeu, nunca mudou de linha e sempre esteve coerente com as suas posições. Ambos sempre mantiveram a linha e a coerência.