Ato solene realizado nesta segunda-feira (16/8) em ambiente virtual pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) reuniu militantes e o vereador Celso Giannazi para defender a reabertura imediata das alas desativadas do Hospital Municipal Sorocabana, localizado na Lapa, zona oeste da capital paulista, além de ressaltar a necessidade de mais investimentos.

Carlos Giannazi explicou a situação do hospital. "O Hospital Sorocabana, localizado na região oeste da cidade de São Paulo, tem várias de suas áreas desativadas, deixando de atender uma parte considerável da população, principalmente nesse momento de pandemia. Poderíamos estar salvando mais vidas se o hospital estivesse funcionando com toda a sua capacidade", disse.

O vereador Celso Giannazi destacou a necessidade de investimentos para a reabertura do local. "Já era um problema ter um hospital público naquelas condições, fechado, e com a pandemia isso se torna inadmissível. A unidade está em processo de municipalização, transferência para o poder do município de São Paulo. Ele precisa de uma reforma urgente, e de mais investimentos. Recentemente, aqui na Câmara Municipal, nós aprovamos a destinação de aproximadamente 30 milhões de reais para reforma do Sorocabana", falou.

Márcio Alves, militante e membro do comitê em defesa do Hospital Sorocabana, frisou a responsabilidade do Estado nesse cenário. "Há alguns anos a gente vem lutando pela reabertura desse hospital, que é 100% SUS. É um absurdo um hospital público estar fechado, não importa a justificativa que se tenha. O Estado tinha a obrigação de manter a unidade aberta, ainda mais numa região que hoje em dia não tem nenhum hospital público. As pessoas da região, cerca de 300 mil, tem que se deslocar até Pirituba e sobrecarrega o sistema de saúde de lá", disse.

O militante ainda comentou sobre o bom uso do dinheiro público. "Isso implica em saber o quanto gastaremos para reabrir o Sorocabano. Não adianta dizer que vai reabrir, tem que ter documentação e credibilidade. Além disso, sem uma vistoria técnica não saberemos o estado do hospital, nem quanto tempo e quanto dinheiro serão necessários para a reforma", falou.

Márcio também ressaltou a importância da fiscalização sobre esses processos. "Esses 30 milhões que o vereador Celso e outros conseguiram, estão ligados à gestão direta do aparelho público, ou seja, gestão direta do Sorocabana. Precisa fiscalizar e garantir que esse dinheiro vá inteiramente para o hospital e que a gente tenha a dimensão concreta do que necessita ser reformado. É essencial um conselho gestor, com participação popular", disse.

Silvia Tommasini, que também faz parte do comitê, esclareceu como seria a reativação ideal do hospital. "Queremos uma reabertura com uma municipalização que atende os desígnios da lei do SUS. A unidade de saúde deve ser reaberta como hospital geral público, de referência, como proteção social da população desse território, que é a lógica do SUS. Os trabalhadores devem ter vínculo com os pacientes atendidos, e para isso, defendemos a abertura de concursos públicos para honrar a lei SUS. Não te como entregar essa tarefa para a iniciativa privada. Transformar a saúde pública em mercadoria é ilegal e destrói o SUS", falou.

Carlos Giannazi fez encaminhamentos a respeito das possíveis atitudes a serem tomadas. "É inconcebível que questões administrativas e técnicas estejam impedindo a reabertura. A nossa função é pressionar a Procuradoria-Geral do Estado. Vou oficializar através meios oficiais, reuniões e pronunciamentos. Nada justifica essa demora, a unidade tem que funcionar em sua plenitude. Quanto à emenda, vamos apresentar uma no orçamento para 2022, com o objetivo de disponibilizar investimentos robustos para que o hospital volte ao funcionamento", disse.