Audiência Pública na Alesp promove debate sobre casos de violência nas escolas

Evento promovido por Rui Alves (Republicanos) dialogou com representantes das áreas de Educação e Segurança sobre as consequências da violência escolar e como preveni-la
30/06/2023 17:44 | Audiência Pública | Gustavo Oreb Martins - Foto: Larissa Navarro

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Audiência sobre violência escolar<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2023/fg304564.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência sobre violência escolar<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2023/fg304565.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Audiência sobre violência escolar<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2023/fg304566.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite da última quinta-feira (29), uma Audiência Pública sobre violência nas escolas. O evento solicitado e organizado pelo mandato do deputado Rui Alves (Republicanos) recebeu profissionais da área de Segurança Pública, Psicologia e Pedagogia, com o objetivo de debater sobre os impactos dos recentes massacres escolares na vida de alunos, pais e professores, e como prevenir novos casos.

"É importante ouvir as pessoas que estão ligadas diretamente ao assunto. Psicopedagogos, professores e funcionários de escolas têm muito a agregar no debate e nas ideias, para que possamos trabalhar em leis aqui [na Assembleia], ajudando a prevenir a violência", explicou Rui, sobre o motivo da realização da audiência.

Estudantes

O ato também contou com a participação de estudantes das redes públicas estadual e municipal de São Paulo, que relataram suas vivências em relação ao primeiro semestre de 2023, após a repercussão da morte de alunos em outros estados.

Ana Queila Santos, aluna da Escola Estadual Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra, conta que grande parte de seus colegas começaram a faltar às aulas depois dos casos de violência, com medo de uma nova tragédia. "Continuamos com medo, porque a qualquer momento pode acontecer um novo massacre. Mesmo tomando cuidado, a paz que havia antes já não existe mais", relatou.

Causas da violência

Um tema bastante abordado foi a violência cotidiana no ambiente escolar, como o bullying. Para a psicóloga Bárbara de Andrade, a violência escolar não se limita apenas aos massacres recentes, mas começa com os problemas do dia a dia, que muitas vezes passam despercebidos pelos professores e pais responsáveis.

"A pessoa que sofre bullying pode ter consequências sérias pelo resto da vida, precisando de muitos cuidados e observação para permanecer estável. Os praticantes também precisam ser orientados na dinâmica familiar, onde muitas vezes a base oferecida pelos pais já é agressiva e causa revolta nas crianças", comentou Bárbara, apontando a necessidade de intervenção da escola, no papel de identificar casos de violência e orientar os alunos e pais.

Em seguida, Lucas Rodrigues Maranhão, professor de História e mestre em Integração pela USP, incorporou o debate. Ele disse acreditar que existe um processo crescente de culto à violência digital no Brasil, por meio de comunidades fechadas em redes como o Discord, por exemplo, na qual menores de idade podem fazer parte de comunidades de todo tipo, inclusive as que incitam a violência. Para ele, esse fato está diretamente ligado ao aumento dos massacres em escolas do Brasil.

"As redes inspiram os agressores, que se baseiam nos ataques já feitos, dentro e fora do país. A internet permite o anonimato e a troca de informações muito efetiva e difícil de ser combatida. Por isso, os agentes de Segurança Pública, assim como os docentes escolares, devem estar alertas a todos os aspectos suspeitos da vida dos estudantes", opinou o professor.

Combate e prevenção

Por fim, foi convidado para falar o Tenente Coronel Alex dos Reis Asaka, da Polícia Militar de São Paulo. Para ele, os agentes de segurança pública devem adotar uma posição preventiva em relação aos massacres escolares. O monitoramento dos perímetros escolares por policiais militares foi uma das medidas defendidas pelo oficial.

"Apenas dois profissionais treinados cuidando do perímetro escolar já ajudariam muito, principalmente se a sociedade abraçar a intenção da polícia. Entretanto, o problema é muito complexo, e não se resolve apenas com a presença da polícia, mas com a intervenção das famílias, das escolas e de outros órgãos superiores, como a Secretaria da Educação", declarou Alex.

alesp