Instituto do Legislativo Paulista debate os impactos econômicos das mudanças climáticas

Pesquisadores e analistas discutiram alternativas de mitigação e combate aos efeitos negativos do clima na economia, além de medidas para ajudar a frear ou modificar atividades humanas que interfiram de forma negativa no meio ambiente
01/04/2024 17:34 | Sustentabilidade | Da Redação

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Jean Ometto, do INPE:  desafios climáticos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg321603.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ariaster Chimeli, da FEA-USP: novas alternativas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2024/fg321604.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista (ILP) organizou, nesta segunda-feira (1º), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e com a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, um debate público a respeito dos efeitos das mudanças climáticas no âmbito socioeconômico. Durante o evento, medidas de preservação do meio ambiente e combate aos prejuízos foram apresentadas e discutidas pelos especialistas presentes.

Iniciando as explanações, o chefe da divisão de projetos estratégicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Jean Ometto, apontou que os impactos das alterações na natureza já podem ser sentidos nos mais diversos setores, até mesmo os que não parecem óbvios à primeira vista.

"A adaptação aos novos fenômenos do planeta atravessa diversos setores da ciência, das finanças e do contexto social. Campos como agropecuária, recursos hídricos e turismo são alguns dos principais afetados no âmbito do estado, mas é bom lembrar que estamos discutindo um problema global", descreveu o pesquisador.

Em seguida, o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Ariaster Chimeli, disse acreditar que a relação entre o planeta e os sistemas econômicos é uma via de mão dupla, de ação e reação. "Boa parte das mudanças climáticas são reflexos do aumento das atividades que movem a economia humana que, por sua vez, entra em declínio sem suporte da natureza", analisou.

"As estimativas para os próximos anos indicam uma queda de produção nos países, com aumento significativo de temperatura tanto pelo cansaço do trabalhador quanto pelo prejuízo nas infraestruturas. Com isso, os gastos públicos também tendem a aumentar, seja com saúde ou para fazer a manutenção de obras, como barragens hídricas", completou Chimeli.

Carbono

Como contramedidas às mudanças climáticas e seus impactos socioeconômicos, o docente citou exemplos de precificação do carbono e criação de novos impostos sobre o uso de poluentes.

"A descarbonização tem sido um dos principais focos de discussão de políticas públicas para combater o desgaste do meio ambiente e frear as mudanças climáticas. Precificar o carbono pode ser uma forma eficaz de reduzir a emissão de poluentes. Além disso, a substituição de impostos atuais por tributos sobre poluição é uma via que tem potencial, mas precisa ser estudada com cautela antes de ser aplicada", ressaltou Chimeli.



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