Seminário na Alesp celebra o Dia Mundial da África
18/06/2024 14:32 | Debate | Daiana Rodrigues - Fotos: Larissa Navarro


A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta segunda-feira (17), o Ato Solene e Seminário em homenagem ao "Dia Mundial da África". Celebrada em 25 de maio, a data representa a luta contra a colonização europeia em defesa da democracia, desenvolvimento e liberdade do povo africano.
Solicitado pelo presidente da Comissão de Relações Internacionais, o deputado Maurici (PT), este é o segundo ano que o Parlamento Paulista comemora a data. O encontro debateu a política, economia e cultura do continente, suas relações com o Brasil e o mundo e os desafios dos imigrantes africanos no País.
A solenidade foi acompanhada de três mesas de discussão, com os temas "África Atual e Seu Papel nos Desafios globais", "Educação, Arte e Cultura: Contribuições e Realidade" e "Contrastes e Problemas Voltados às Comunidades Africanas em São Paulo: Propostas de Políticas Públicas".
Reflexão
"É importante mudar a perspectiva de olhar a África, principalmente no impacto que ela tem na nossa História e na formação do povo brasileiro. Temos que prestar atenção na África da atualidade: um continente em desenvolvimento que traz contribuições importantes para nossa cultura", comentou o deputado Maurici.
Para a congolesa e membro do Conselho Municipal de Imigrantes de São Paulo, Hortense Mbuyi, a data não é motivo para festa e, sim, uma oportunidade para que as atuais gerações reflitam de onde vieram e para onde estão indo.
"O Dia Mundial da África simboliza a comemoração da resistência dos nossos antepassados contra a discriminação e imposição sofridas pelo povo negro. Até hoje nosso continente luta para construir sua identidade e afirmar seu respeito", afirmou Hortense, que também comentou sobre os desafios enfrentados pelos refugiados negros no País.
Já o camaronês e gerente de relacionamento do Hotel Sheraton em São Paulo, Hervé Boyomo, disse que a celebração do Dia da África deve ocorrer durante os 365 dias do ano, porque a luta do negro é diária. Além disso, Boyomo também pontuou as necessidades de mais investimentos na política imigratória para os africanos. "Estamos aqui para ser acolhidos, não rejeitados ou abandonados. Queremos apoio, oportunidades e mudança", argumentou Boyomo.
Economia
Segundo Odair Marques da Silva, professor e diretor do Núcleo de Pesquisa da Universidade Zumbi dos Palmares, a África é formada por 54 países com diferentes culturas e, atualmente, é um dos continentes que mais se desenvolvem no contexto mundial.
"Dos dez países que mais crescem economicamente, cinco são países africanos. Um exemplo disso é a África do Sul, que faz parte dos BRICs [grupo econômico composto pelas maiores economias emergentes], disse Silva.
O professor ainda comentou que existe um trabalho de divulgação sobre o continente nas escolas públicas e privadas brasileiras. "A ideia é incluir disciplinas no currículo escolar que possam ampliar o repertório cultural e informativo, no sentido de romper o estereótipo de que a África é um lugar pobre, com vida tribal, savanas, desigualdades econômicas e conflitos étnicos, dentre outros. Esse estigma é negativo, porque também nos distancia do continente, por que, quem gostaria de viajar para um local visto como fragilizado?", questionou Silva.
Já o assessor comercial da Malásia no Brasil e membro da comunidade do Togo, Kossi Telou, comentou que em meio à crise da globalização, a África vem buscando cada vez mais a retomada do seu nacionalismo, por meio de movimentos sociais e do fortalecimento da soberania.
"Um exemplo disso foi a mudança da política financeira: após o fim da colonização na África, quinze países africanos passaram a adotar suas próprias moedas. Antes, essas nações usavam o franco francês [moeda do seu colonizador]", relembrou Kossi, que ainda falou sobre o aumento da importância dos BRICs no cenário internacional e a independência africana no acesso aos capitais e investimentos.
Educação e Cultura
Segundo João Canda, organizador da Expo África, quando fazemos uma reflexão em torno da realidade africana, percebemos que há um contexto que foi roubado do conhecimento mundial, inclusive do Brasil.
"No que diz respeito à questão da Educação, notamos que, desde os primórdios, nosso continente produziu conhecimento para o mundo todo, por meio de instituições com estrutura de universidade que já existiam desde o século VIII. O mesmo aconteceu na área cultural: estudos comprovam que todos, em algum momento histórico, já foi pigmeu, o que mostra que o berço da humanidade está na África. Portanto, a força dessa arte e dessa cultura estão espalhadas pelo mundo", explicou Canda.
Presenças
Durante o debate também estiveram presentes Childo, organizador da Afrolink [comunidade de profissionais africanos e afrodescendentes]; Mbapeua Muvangua, embaixador da Namíbia no Brasil; Sérgio Ricardo Rosset, cônsul honorário da Namíbia no Estado de São Paulo; Fenny Dimitrova, primeira-secretária da Embaixada da Namíbia no Brasil.
Ao longo do seminário também houve a presença de diplomatas e representantes das comunidades africanas em São Paulo e dos movimentos negros.
No final do encontro, participaram da Mesa do Ato Solene o deputado Maurici, os cônsules-gerais adjunto da Suíça, Michael Schweizer; Argentina, Gustavo Stefanelli e da Tunísia, Rubens Hannun; Irene Vida Gala, embaixadora e representante do Escritório do Itamaraty em São Paulo; Estela Maria Santiago, cônsul-geral de Angola.
Os convidados ouviram o Hino Nacional e receberam certificados como mérito e reconhecimento pelos trabalhos exercidos em prol do continente africano.
Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:
Mais imagens do evento: https://www.flickr.com/photos/assembleiasp/albums/72177720317993322/
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