Assembleia recebe encontro com representante da República Árabe Saarauí Democrática

Ahmed Mulay Ali atua como embaixador e representa a Frente Polisário, grupo que reivindica a independência do Saara Ocidental; promovido pelo deputado Guilherme Cortez (Psol), evento buscou dar apoio à luta para que Brasil reconheça soberania do país
14/05/2025 13:18 | Internacional | João Pedro Barreto - Fotos: Larissa Navarro

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Reunião com representante do Saara Ocidental<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344912.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Guilherme Cortez: influenciar decisões nacionais<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344909.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ahmed Mulay Ali: busca por ajuda e solidariedade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344910.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite desta terça-feira (13), um encontro com o representante da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) no Brasil, Ahmed Mulay Ali. Promovido pelo deputado Guilherme Cortez (Psol), o evento buscou maneiras de apoiar a luta para que o Brasil reconheça a soberania do país. Ahmed Mulay Ali atua como embaixador e representa a Frente Polisário, grupo político que proclamou a RASD em 1976 e, desde então, reivindica a independência do Saara Ocidental.

"A Alesp é a maior assembleia legislativa do país, então temos a responsabilidade de influenciar também as decisões nacionais e o que acontece no Saara Ocidental deve nos preocupar. Vamos utilizar as ferramentas que estão ao nosso alcance para exigir Justiça e respeito aos direitos humanos e ao direito internacional", defendeu Cortez.

"Estamos buscando mais reconhecimento. Por isso, estamos aqui no Brasil tentando convencer o presidente que reconheça a República Saarauí assim como faz com a Palestina, porque somos iguais. Temos muros, presos políticos, desaparecidos e nosso território ocupado, assim como a Palestina. Por isso estamos falando e buscando apoio, ajuda e solidariedade de todos para convencer o governo brasileiro. Seguimos lutando pela nossa independência contra Marrocos", afirmou

"Nenhum lugar no mundo deve ser colonizado ou ocupado e defendemos, como princípio, a autodeterminação dos povos. Me surpreendi com essa contradição do nosso governo de não reconhecer a República do Saarauí ainda mais com a tradição do nosso país de defender os povos oprimidos do mundo", disse Guilherme Cortez. "Estaremos juntos até que o Saara Ocidental seja livre e soberano e que o nosso país cumpra o seu papel", acrescentou o parlamentar.

A partir da reunião, Cortez disse que a bancada do Psol vai protocolar uma moção de apoio e solidariedade ao povo saarauí na Comissão de Relações Internacionais da Alesp. Além disso, vai articular o envio de duas cartas ao Executivo Federal, uma ao Ministério das Relações Exteriores e outra ao Ministério da Saúde, pedindo ajuda com medicamentos.

República Árabe Saarauí Democrática

Território de 272 mil km² na costa oeste do continente africano, a República Árabe Saarauí Democrática é reconhecida como nação por 84 países. Até 1975, o Saara Ocidental, região reivindicada pela RASD, era colonizada pela Espanha, quando assinou um tratado com Marrocos e Mauritânia, dividindo a terra entre os dois países africanos, com a maior parte ficando sob domínio marroquino. Com a saída das tropas espanholas em fevereiro de 1976, a Frente Polisário proclamou a RASD.

Poucos anos depois, em 1979, Mauritânia e a Frente Polisário assinaram um acordo de paz e o país deixou de reivindicar o território. Com Marrocos, a Polisário assinou, em 1991, um cessar-fogo, mas o país nunca abriu mão da região, que representa aproximadamente 80% do território da RASD. A República considera que possui 630 mil habitantes, a grande maioria muçulmana, parte deles vivendo em campos de refugiados na Argélia. Desde 1963, o Saara Ocidental é considerado pela ONU como um território não autônomo.

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