Instalação 'Ecos da Diversidade' traz à Alesp relatos de pessoas sobre o que é ser LGBTQIA+

Mostra está sediada no Espaço Heróis de 32 até 13 de junho; iniciativa é do deputado Guilherme Cortez (Psol) e marca início do Mês do Orgulho
04/06/2025 19:35 | Orgulho | João Pedro Barreto - Fotos: Larissa Navarro

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Instalação Ecos da Diversidade traz 23 relatos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346409.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Exposição fica até o dia 13 de junho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346410.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Gal Maria: dar voz a existências LGBTs<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346411.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Renata Peron: distantes do ideal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346441.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

23 relatos que contam um pouco das histórias de pessoas LGBTQIA+ e de suas vivências diversas. Esse é o conteúdo da instalação "Ecos da Diversidade", que está exposta no Espaço Heróis de 32, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, até o próximo dia 13 de junho. A mostra é de iniciativa do deputado Guilherme Cortez (Psol), junto à Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População LGBTI+, e marca o início do mês do orgulho.

"Essa é uma das ações do junho LGBT, que vai colorir o Legislativo, discutir as nossas pautas e trazer a nossa comunidade para esse espaço. Neste mês, reafirmamos o nosso orgulho, a nossa disposição de luta e que não mais aceitaremos que falem de nós sem nós. Se a Alesp se propõe a legislar para melhorar a vida da população de São Paulo, precisa incluir também a população LGBT", defendeu Cortez.

"Nessa exposição estamos trazendo a população LGBT para dentro da Assembleia e isso vai permitir que as pessoas conheçam um pouco mais sobre a realidade contada do nosso ponto de vista", complementou o parlamentar.

A instalação reúne vídeos de 23 pessoas da comunidade respondendo duas perguntas: o que é ser um LGBT e o que isso impacta na sua vida? O objetivo é explicitar obstáculos vividos, mas também mostrar histórias de luta e, acima de tudo, orgulho.

"Se alguma pessoa tiver o direito de me escutar e ainda não tem coragem de se revelar, acredite. Não pense na sua idade, na família, nas pessoas que não vão te aceitar. Grite: 'Eu sou!' Você pode ter só mais um dia de vida que valerá a pena", afirmou Gal Maria, mulher trans, atriz e cantora, e que é uma das vozes da instalação.

Existência LGBT

"É muito importante dar voz a essas existências LGBTs. No meu caso, principalmente, já que se trata de uma pessoa trans que iniciou a transição aos 50 anos", disse Gal. Ela contou que teve que quebrar muitas barreiras e ouviu muitas falas preconceituosas sobre seu processo de transição.

"Diziam: 'Mas você vai se tornar uma mulher depois dos 50?', 'Tá na moda virar trans'. Como se a pessoa depois dos 50 anos não pudesse mais existir. E nós somos o que nós nascemos. Então as pessoas trans nascem trans. Não tá na moda virar, porque ninguém vira nada. Você se assume ou você não se assume. Estava na moda, antigamente, as pessoas viverem dentro de um armário", defendeu ela.

Respondendo uma das perguntas da dinâmica, Gal Maria reforçou que ser LGBT é ter que mostrar, todos os dias, que é uma pessoa digna de direitos. "Principalmente para uma mulher trans, porque a sociedade te coloca na obrigação de ser uma pessoa do comércio do sexo, do submundo ou uma pessoa sem estudos, sem qualidades. Então, ser uma pessoa trans é provar para todo mundo que você é uma pessoa, que você tem desejos, sonhos e capacidade de se formar, de estudar e de ocupar todos os lugares", finalizou a artista.

Políticas públicas

Assessora parlamentar do gabinete do deputado Guilherme Cortez e uma das organizadoras da instalação, Renata Peron destacou que o mês de junho também tem o papel de discutir políticas públicas para a comunidade LGBT. Mulher trans, Renata também gravou um vídeo para a exposição.

"O nosso país ainda é um dos que mais mata LGBTs no mundo. Nós ainda não temos tantas leis que nos protejam, ainda estamos muito distantes do ideal", afirmou Renata, citando a existência da Lei 10948/2001, que dispõe sobre a aplicação de penalidades em casos de discriminação em razão de orientação sexual.

"O que queremos é que as pessoas respeitem as travestis e trans como seres humanos, como somos. Pagamos os nossos impostos e deveríamos ter os mesmos direitos que todas as pessoas. Infelizmente, na prática, isso ainda não acontece. Gostaríamos que existissem mais políticos engajados com a pauta LGBT. E não estou falando que necessariamente precisam ser LGBT para encampar uma causa dessa. Precisaria apenas entender que os direitos têm que ser iguais para todos", concluiu Renata.

Serviço

Instalação: Ecos da Diversidade

Data: de 2 a 13 de junho

Local: Espaço Heróis de 32 da Alesp (Palácio 9 de Julho - Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Moema, São Paulo - SP, 04097-900)

Entrada gratuita

Confira a galeria de imagens da instalação

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