Seminário de preparação para COP30 inclui Alesp nas discussões sobre clima

Promovido pelo deputado Guilherme Cortez (Psol), reunião discutiu adaptação a extremos climáticos e avaliou situação de municípios paulistas
11/06/2025 18:31 | Meio ambiente | Gabriel Eid - Fotos: Gabriel Eid

Compartilhar:

Alesp recebe seminário de preparação para COP30<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg347083.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Evento inclui Alesp no debate sobre o clima<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg347084.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cortez:  discutir o que nosso estado está fazendo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg347085.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Luciana Gatti: planeta cada vez mais quente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg347086.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Di Giulio: comprometimento a médio e longo prazo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg347087.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite desta terça-feira (10), um seminário em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. O evento reunirá representantes de todo o mundo em novembro na cidade de Belém do Pará.

O seminário realizado na Alesp propôs a discussão da emergência climática no contexto do estado de São Paulo. Especialistas e pesquisadoras convidadas expuseram seus trabalhos na área durante o evento. O deputado Guilherme Cortez (Psol), propositor da reunião, apontou que este foi o primeiro de uma série de debates em preparação para a COP.

"É muito importante que o estado com o maior PIB do país se insira nessa discussão. Que a gente possa discutir o que o nosso estado está fazendo, deixando de fazer e o que poderia fazer para tornar as cidades mais resilientes", afirmou o parlamentar.

Planejamento e proteção

Coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luciana Gatti destacou a centralidade do reflorestamento e do aumento das árvores no ambiente urbano para reduzir a temperatura do planeta.

"Conforme a gente está desmatando, a superfície está ficando cada vez mais quente. Nas cidades, quando tiramos as árvores, colocamos materiais que absorvem ainda mais calor, como o cimento", afirmou Gatti.

Docente e pesquisadora da Universidade Federal do ABC, Luciana Travassos defendeu a formulação de um estatuto do território paulista para garantir instrumentos de planejamento urbano e rural.

"O nosso estado teria condições - a partir de todo o conhecimento que já produziu - de pensar instrumentos específicos de planejamento para pequenos e médios municípios, muito enfraquecidos do ponto de vista institucional. Um planejamento adequado aos seus territórios", afirmou.

Professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gabriela di Giulio apresentou sua pesquisa sobre como os municípios paulistas estão se preparando para as mudanças climáticas. Ela apontou a necessidade do aumento dos mecanismos de defesa do meio ambiente, principalmente nas regiões que mais possuem Mata Atlântica nativa - como no Vale do Ribeira.

Orçamento

A especialista apontou ainda que a adaptação climática demanda um trabalho contínuo, longo e com investimento financeiro. "Não necessariamente o governo vai sentir o resultado disso nos seus quatro anos de mandato. É um comprometimento a médio e longo prazo. Muitas vezes você vai verificar o resultado disso na redução de vulnerabilidade daqui 10 ou 15 anos", afirmou Gabriela di Giulio.

O deputado Guilherme Cortez se comprometeu a atuar pela ampliação dos recursos públicos destinados para as questões climáticas dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). "Sem dinheiro e orçamento público, essa política de apoio aos municípios não sai do papel. Nada adianta você reconhecer a existência da mudança climática e não ser coerente nas ações", afirmou.

"Quando você tem um problema dentro da sua casa e consegue antecipá-lo, você toma medidas e não espera esse problema se alastrar até não ter saída. Hoje temos a ciência dizendo, o meio ambiente mostrando, as pessoas sofrendo em todos os aspectos e não temos um avanço à altura de políticas públicas e da legislação", completou Cortez.

Desenvolvimento

Especialista em políticas públicas, advocacy e gestão de projetos na agenda climática, Beatriz Pagy apontou que os extremos do planeta afetam diferentes setores - incluindo o agronegócio - e, por isso, o lucro imediato não pode se sobrepor ao planejamento. Ela também afirmou que é necessário realizar um trabalho de comunicação para associar problemas sociais e econômicos cotidianos com as mudanças climáticas.

"Enquanto continuarmos colocando o clima como uma pauta só de meio ambiente, ela continuará ficando em segundo plano. A realidade é que a pauta climática é uma pauta de desenvolvimento e da sociedade que a gente quer. Clima é um grande guarda-chuva que está atravessando a gente. A gente percebe isso, mas não dá o nome para o que está afetando as nossas vidas", pontuou.

Assista ao seminário, na íntegra, na transmissão realizada pela Rede Alesp:

Confira a galeria de imagens da reunião

alesp