A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta quarta-feira (13), uma audiência pública com psicólogos, peritos e examinadores de trânsito credenciados ao Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). O encontro foi solicitado pelo deputado Carlos Giannazi (Psol) para discutir os direitos e a dignidade destes trabalhadores.

"A audiência pública é uma ferramenta, um instrumento de cobrança, de pressão e também para dar visibilidade a luta de segmentos da nossa sociedade, sobretudo quando se trata de servidores vinculados ao Governo de São Paulo", destacou o parlamentar no inicio da sessão.

Os psicólogos e peritos de trânsito compartilharam suas insatisfações com o órgão executivo de trânsito do estado e as demandas para melhorias dos serviços. A principal queixa foi relacionada a atual divisão dos exames médicos e psicológicos do Detran-SP na Capital e seus reflexos no trabalho dos credenciados e na população.

Para Maria Aparecida Soares, da Associação de Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito do Brasil (Ampetra), o principal problema da divisão são as zonas. "Na mesma área, um faz 20 exames, outro colega faz 40. Se são da mesma macrorregião, como tem essa disparidade? O Detran tem que remodelar essas regiões", afirmou.

Marcia Menezes, da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), também identifica esse problema. A psicóloga defendeu que a divisão na Capital deve ser por CEP, como é no interior, estabelecidas por subprefeituras ou zonas de Poupatempo.

Além da divisão equitativa, outras dificuldades também foram apontadas, como a ponte de comunicação entre o Sindicato de Psicologia e o Detran. Cristiane Carneiro, representante do SinPsi, afirmou que há mais de uma década o Sindicato discute com o órgão os problemas do segmento. Hoje, no entanto, o diálogo acontece entre servidores e associações, não diretamente com o Detran.

O perito de trânsito Marcelo Barbosa destacou a falta de reconhecimento dos parceiros credenciados e a insegurança que enfrentam. "Somos mais de 5 mil profissionais afetados e estamos com medo por não saber o futuro da nossa profissão", refletiu.

Também participou da mesa o coordenador da subsede de Ribeirão Preto do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Vanderci Júnior.

O deputado reiterou que todas as queixas feitas neste e em outros encontros serão encaminhadas para que o Detran-SP possa esclarecê-las publicamente.

Assista à audiência, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp: