Ato solene realizado em ambiente virtual nesta segunda-feira (19/04) debateu a política antimanicomial no Brasil e o protagonismo do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o tema. O evento foi organizado pela deputada Marcia Lia (PT) e contou com a participação de servidores da saúde pública e especialistas na área.

A parlamentar destacou a participação da Frente Parlamentar em Defesa da Democracia e Direitos Humanos e da Frente Estadual Antimanicomial na promoção do encontro. Marcia Lia disse que no momento de crise, é necessário debater a saúde mental. "Estamos vivendo uma crise sanitária, econômica e política. Precisamos chamar a atenção para a saúde mental e termos solidariedade com as pessoas diagnosticadas com patologias mentais", afirmou.

No debate, a professora do curso de Enfermagem da Universidade de São Paulo Sônia Barros, fez um retrospecto da luta antimanicomial ao longo dos anos e uma análise do cenário atual. "Na época da redemocratização do país, na década de 1980, São Paulo foi vanguarda na construção de alternativas ao atendimento de saúde mental, que até então eram métodos excludentes, em sua maioria. Apesar de avanços, nosso Estado hoje em dia ainda interna pessoas compulsoriamente, se somando a retrocessos recentes promovidos pelo Ministério da Saúde", disse.

Para o sociólogo e ex-deputado federal Paulo Delgado, a legislação da área deve dar autonomia e liberdade para os pacientes da ala psiquiátrica. "A lei deve prover uma noção de liberdade, mas mais que isso, ela deve criar uma concepção de autonomia da vontade", afirmou. "O mecanismo legal precisa dar força para as pessoas que, com o seu desejo, sua capacidade, seu esforço, sua compreensão, aliados à solidariedade, possa mudar a sociedade", completou Paulo Delgado.