A criação dos MITs (Municípios de Interesse Turístico) no Estado de São Paulo completou cinco anos em 2021. Aprovado pelos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em 2016, o projeto instituiu 140 cidades paulistas com potenciais turísticos diversos, entre eles o ecoturismo -comemorado mundialmente na última segunda-feira (1º).

Os MITs são localidades aptas a receber repasses do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos para investimento em programas de preservação ambiental, urbanização, serviços e equipamentos turísticos. Entre os municípios, está Valentim Gentil, na região noroeste paulista, que conta com um parque ecoturístico nas margens do rio São José dos Dourados.

Além dos MITs, o Estado de São Paulo também conta com 70 municípios classificados como estâncias turísticas, que também podem ser classificadas como Climáticas e Hidrominerais. É o caso de Olímpia, que recentemente ganhou esse título em razão das suas águas termais e parques aquáticos.

Em 2021, após baixa significativa causada pela pandemia do coronavírus, o setor de turismo no Estado de São Paulo cresceu 12% em relação ao ano anterior, com um faturamento de R$ 152,4 bilhões, segundo a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado de São Paulo).

Visando a retomada econômica no pós-pandemia, o governo estadual anunciou, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), a liberação de R$ 400 milhões para as cidades turísticas de São Paulo em 2022. De acordo com a Secretaria de Estado de Turismo, desde 2019 já foram liberados R$ 527 milhões para o turismo em São Paulo.

Produtos artesanais

Uma das principais características do ecoturismo é a participação das comunidades locais nas atividades econômicas desenvolvidas. Recentemente, o governo estadual regulamentou a lei que aprimora a comercialização de produtos artesanais de origem animal em São Paulo.

A Lei 17.453/21, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, regulamenta a atividade de produtores artesanais, modernizando a produção e a comercialização de queijos, linguiças, mel, entre outros produtos.

A deputada Marina Helou (Rede), que participou da cerimônia de regulamentação da lei, falou sobre a importância da iniciativa para a economia do Estado. "Avança num modelo de desenvolvimento mais sustentável. É um modelo que descentraliza, que permite a geração de renda, a prosperidade dos pequenos produtores, garantindo a atuação no território", afirmou.

A parlamentar também destacou a venda desses produtos como atrativos turísticos. "Cria também a possibilidade de turismo rural e turismo ecológico. É um projeto extremamente conectado com o modelo de negócios sustentável", disse Helou.

Ciclorrotas

Outro ponto marcante do turismo ecológico é a integração dos turistas com as paisagens naturais. Nos últimos anos, São Paulo tem investido no ciclismo como uma maneira limpa de conhecer o Estado.

Em 2021, foi inaugurada a Rota das Flores, trajeto dedicado aos ciclistas que queiram conhecer o município de Holambra, conhecida como capital nacional das flores, no pedal.

A rota tem 14 km de extensão, 13 pontos de interesse cultural, lazer e educação, 24 pontos de alimentação e três de apoio aos ciclistas.

Inaugurada esse ano, a Rota das Frutas integra os municípios de Jundiaí, Louveira, Vinhedo e Itatiba, passando por pontos turísticos conhecidos da região, como o Mosteiro de São Bento, em Vinhedo, a estação ferroviária de Louveira, além de inúmeras propriedades frutíferas e comércios regionais.

O trajeto recebeu melhorias de pavimento, sinalização e infraestrutura em geral, como banheiros, espaços para alimentação e áreas de estacionamento para veículos e bicicletas.