A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (10), uma audiência pública para debater a proposta de acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia e como as políticas de bem-estar animal e de proteção do meio ambiente podem ser ampliadas a partir desse novo tratado.

O encontro contou com a presença da deputada federal Luciene Cavalcante (Psol), que abriu a audiência no lugar de Carlos Giannazi (Psol), do vereador Celso Giannazi (Psol), e de diversos ativistas que compõem entidades que defendem o bem-estar animal e a proteção do meio ambiente.

Carla Lettieri, diretora-executiva da organização Animal Equality, comentou que é preciso trabalhar por melhores práticas dentro da indústria. "Isso passa pela revisão de leis, por acordo com empresas e por uma série de negociações para que seja respeitado o bem-estar animal", disse.

As negociações do acordo entre União Europeia e Mercosul enfrentam entraves relacionados à proteção ambiental. A ideia dos movimentos que participaram da conversa é a de que possa ser aproveitado o momento para colocar este tema em discussão na sociedade e emplacar medidas favoráveis ao bem-estar animal no tratado comercial. "Precisamos repensar se a prioridade econômica faz sentido, quando ela envolve a injustiça e a negligência com os seres humanos e outros seres vivos", salientou Carla.

Mais espaços de discussão

A deputada federal Luciene Cavalcante (Psol) convidou os participantes para discutirem o tema na Câmara dos Deputados. "A gente não pode imaginar a melhoria do meio ambiente sem passar por essas discussões. Vamos propor uma audiência pública na Câmara Federal e buscar reuniões com os ministros de Estado", disse. O vereador de São Paulo, Celso Giannazi, também convocou os participantes para que realizassem essa discussão na Câmara Municipal.

Proteção ao Meio Ambiente

A diretora executiva da organização Proteção Animal Mundial, Lisa Gunn, destacou a importância de batalhar pela proteção do meio. "A proteção animal começa também em manter a floresta em pé. Hoje, o principal vetor de ameaça aos animais silvestres no Brasil é o desmatamento. A gente precisa ter mecanismos nesse acordo que coíbam a comercialização de produtos que contenham em sua produção desmatamento é essencial", comentou Lisa Gunn.

Lisa ainda ressaltou que o desmatamento afeta toda a cadeia produtiva da agropecuária nacional, a vida dos cidadãos brasileiros e que a sociedade precisa repensar o modelo de produção como um todo. "A gente não tá discutindo só comércio internacional, a gente tá discutindo um modo de produção e um modelo de sociedade", pontuou.