Parlamentares debatem sobre operação policial no Guarujá no primeiro expediente pós-recesso na Alesp
01/08/2023 19:47 | Retorno | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo






A retomada dos trabalhos no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta terça-feira (1º), foi marcada por um intenso debate sobre os recentes acontecimentos na cidade litorânea do Guarujá. Na última quarta-feira, (26), o policial militar Patrick Reis morreu após ser baleado durante um patrulhamento na comunidade Vila Zilda. Em seguida, uma operação em busca dos autores dos disparos e de integrantes do tráfico de drogas foi iniciada na região, gerando confronto e novas mortes.
Na ocasião da sessão ordinária, parlamentares da Alesp se posicionaram em relação ao ocorrido e à operação policial. Durante os discursos na tribuna, diferentes posicionamentos e pontos de vista foram registrados, sendo que os deputados e deputadas que fizeram uso da palavra destacaram a necessidade de ações para melhorar a segurança pública.
"A Operação Escudo [nome dado à ação policial no Guarujá] poderia se converter em ações de inteligência da Polícia. A perda de um servidor público é uma tragédia que precisa ser abordada com a devida atenção, mas sem justificativa para ações de vingança", alertou o deputado Eduardo Suplicy (PT).
O colega Reis, também do PT, lembrou que, em reuniões anteriores ao recesso do Parlamento, já havia sido aprovado um requerimento na Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários para que a Casa realizasse uma audiência pública no Guarujá. "Já tínhamos identificado problemas de insegurança lá, onde traficantes andavam pelas ruas armados com fuzis. Talvez, se tivéssemos feito algo anteriormente, o Estado teria dado uma atenção melhor para a Baixada Santista. Agora, após o ocorrido, que essa Casa participe de uma discussão onde se busque uma solução pacífica", comentou.
Vida
As deputadas Thainara Faria (PT) e Paula da Bancada Feminista (PSOL) condenaram as mortes registradas nos últimos dias [14 até o momento], o que consideram uma reação desproporcional da Polícia Militar no Litoral. "A chacina do Guarujá não é algo simples. Nenhuma vida vale mais do que a outra e a morte não pode ser uma política de Estado. Não podemos aceitar a barbárie como forma de solução de conflitos", disse Thainara. "Eu não gostaria de estar aqui, na volta do recesso, falando da guerra que está instalada do Estado de São Paulo; algo que tem nome e responsabilidade. Estamos contando corpos sem nomes", apontou Paula, que prometeu ir nesta quarta-feira (2) ao Guarujá acompanhar de perto a situação. "Vamos conferir com os nossos próprios olhos e forças parlamentares o que está acontecendo na região. Ninguém está falando aqui que não é para combater o crime organizado e o tráfico de drogas, mas não é possível que a morte de policiais seja paga com revanche", comentou a deputada do PSOL.
Membro da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários, a deputada Ediane Maria (PSOL) argumentou que, antes de qualquer operação policial, é preciso pensar na comunidade local como um todo e na vida dos próprios policiais que enfrentam o crime organizado em situações como essa. "Ninguém está se sentindo protegido numa situação dessas. São trabalhadores, pais e mães de família, jovens, na sua grande maioria negros, que saem para exercer uma função. É preciso humanizar esses trabalhadores, os policiais. Essa guerra não vai levar a nada. Serve apenas para criar um estado de medo e revolta", lamentou.
Cidadãos
Major Mecca (PL), por sua vez, subiu à tribuna defendendo a ação policial no Litoral, como forma de reagir ao avanço do crime naquela região. "O povo não suporta, não aguenta mais viver nas mãos de bandidos. Não foram cidadãos que morreram em confronto com a Polícia Militar, foram bandidos que escolheram esse resultado", apontou ele. "Somente este ano, já temos 18 policiais militares executados pelo crime e mais seis vítimas de tentativa de execução. Quem planta o terror, quem tira a vida dos nossos cidadãos, quem mata policiais, são os criminosos. A Operação Escudo não tem que durar 30 dias, ela tem que durar 60 dias, 90 dias, um ano, dois anos, três anos, até que a paz seja devolvida aos cidadãos de bem do Estado de São Paulo. O crime não pode imperar", afirmou.
O colega Gil Diniz, também do PL, disse que chegou a conhecer o policial morto e iniciou um minuto de silêncio em sua homenagem. "Tive a oportunidade de conhecer o soldado Reis e, agora, estive em seu velório e sepultamento. Não tem como não mostrar à nossa população quem está ao lado de quem [na Alesp]. Não podemos chamar criminosos de civis", justificou.
Integrante da Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, grupo de elite da PM paulista e grupo do qual fazia parte o soldado Patrick Reis], o deputado Capitão Telhada (PP) também apoiou a ação no Litoral como forma de enfrentar o crime organizado. "O Estado de São Paulo não pode se acovardar. A Polícia está se impondo pelo cidadão de São Paulo. Que continuem as operações, com profissionalismo, seriedade, técnica e inteligência", disse.
Audiências públicas
O deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT) aproveitou seu espaço na tribuna para informar sobre o início das audiências públicas dos integrantes da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento pelo estado. Marcolino é vice-presidente do grupo que pretende coletar demandas de cada região para serem sugeridas e possivelmente anexadas ao Orçamento de 2024 de São Paulo.
O grupo começa sua jornada ainda esta semana na cidade de Jales e passará agosto e setembro percorrendo um total de 26 municípios paulistas. "Esse é o momento onde os prefeitos, vereadores e a sociedade civil organizada têm a possibilidade de, efetivamente, poder dialogar sobre as necessidades de suas regiões. Esperamos que o governador possa acatar as reivindicações", apontou o parlamentar.
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