Instituto do Legislativo Paulista realiza aula e debate sobre prevenção ao suicídio

Em parceria com a Fapesp, aula contou com palestra de especialistas e participação do deputado Dr. Elton (União Brasil)
02/09/2024 19:58 | Setembro Amarelo | Gabriel Eid - Fotos: Reprodução TV Alesp

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Palestrantes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2024/fg333863.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> ILP e FAPESP<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2024/fg333879.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista realizou, nesta segunda-feira (2), mais um curso do Ciclo ILP+Fapesp de Ciência e Inovação, uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O tema da aula foi prevenção ao suicídio e formas de ampliar o acesso à saúde mental. A atividade faz parte do "Setembro Amarelo", mês mundial dedicado à discussão do tema e promoção de cuidados.

O deputado Dr. Elton (União Brasil), coordenador da Frente Parlamentar de Prevenção ao Suicídio, esteve presente no evento e fez perguntas aos convidados. Ele defendeu a ampliação do cuidado em saúde mental no SUS. "A nossa Frente Parlamentar, por meio do trabalho na Alesp, levanta a discussão sobre o assunto. E a sociedade muitas vezes não quer falar sobre o tema, o que é muito difícil, porque às vezes quando nos deparamos [com uma situação de suicídio] é com alguém muito próximo", destacou.

Saúde Pública

Desde 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o suicídio como um problema de saúde pública global. Mais de 700 mil pessoas morrem, por ano, e cerca de 80% dos óbitos ocorrem em países de média e baixa renda. O Brasil, na última década, registrou uma alta nas estatísticas: somente em 2021, segundo o Ministério da Saúde, houve mais de 15,5 mil suicídios - ou uma morte a cada 34 minutos.

O professor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP), Alexandre Loch, apontou que existe uma "baixa alfabetização em saúde mental" na nossa sociedade. Segundo os dados apresentados por ele, grande parte dos suicídios são causados por transtornos mentais notificados ou subnotificados.

"O suicídio é uma situação limite. Tem alguma coisa ocorrendo muito antes das ideias de auto eliminação. E a gente só vai conseguir combater esse problema quando começarmos a desmistificar as doenças mentais e combater o estigma e preconceito atrelado a elas", enfatizou.

Rede de apoio

A professora da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (EERP-USP), Kelly Vedana, defendeu o oferecimento de mais recursos de suporte para pessoas que estão passando por um sofrimento psicológico. Ela apresentou, com base em suas pesquisas, estratégias que podem ser incorporadas ao sistema de saúde para aumentar a promoção de saúde mental.

"Prevenção do suicídio requer uma conexão com a pessoa. Para que nós possamos estar juntos com ela, possamos compreender e aceitar o desejo que ela tem de não sentir dor. Para que ela possa substituir ações guiadas por desespero e pela dor, por outras medidas mais promotoras de saúde mental, de sentido na vida e de autocuidado", afirmou.

Por sua vez, a psicóloga e diretora científica da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio, Karen Scavacini, abordou o tema na perspectiva dos familiares que perdem alguém para o suicídio. Segundo ela, essas pessoas enfrentam uma série de julgamentos da sociedade - carregados de preconceitos -, o que agrava uma situação de culpa e dor extrema causada pela perda.

Ainda de acordo com a psicóloga, é importante apoiar essas pessoas em redes de apoio, utilizando espaços de escuta para diminuir o sofrimento psicológico. "Para cada pessoa essa perda vai ter um significado específico", afirmou.

Curso

A mediação da aula foi realizada por Niels Olsen Saraiva Câmara, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O Ciclo ILP+FAPESP de Ciência e Inovação realiza eventos de divulgação científica dirigidos à sociedade, legisladores, gestores públicos e interessados nos temas abordados. A aula desta segunda-feira (2) foi uma contribuição para a discussão temática referente ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n.3 (Saúde e Bem-Estar) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para acessar os demais eventos do Instituto do Legislativo Paulista junto com a FAPESP confira o canal do ILP no YouTube.

Acesse o link para o formulário de avaliação e emissão de certificado.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

alesp