Na noite desta quinta-feira, (13/8), aconteceu na Alesp, o ato solene para debater violações aos direitos humanos em meio à pandemia do coronavírus. O evento foi promovido pela deputada Beth Sahão (PT), e realizado em ambiente virtual.

O encontro contou com a presença da advogada e membro da comissão de direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vivian Mendes, que lamentou as mais de 100 mil mortes em razão da Covid-19 no país e ressaltou os desrespeitos às questões humanitárias que ocorrem na cracolândia em São Paulo e que se intensificaram com a pandemia: "Tem um histórico muito grande de violações de direitos humanos nesta região. Há menos pessoas na rua e, portanto, policiais conduzem suas ações com menos fiscalização do povo e mais liberdade".

Evaniza Rodrigues, militante da União dos Movimentos de Moradia, fez uma reflexão sobre os direitos básicos que deveriam ser garantidos à população. "Todos tem direito à moradia, saneamento básico, transporte público de qualidade, saúde, e educação. A falta destes direitos tem sido uma sentença de morte para a população, especialmente, da periferia".

A ativista também fez uma crítica ao Projeto de Lei 529/2020 do Governo do Estado, que propõe a extinção de fundações e institutos públicos estaduais. Dentre eles, destacou a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que produziu meio milhão de moradias para a população de baixa renda e destacou que "Ninguém vai produzir moradia para famílias de baixa renda senão o Poder Público".

Beth Sahão, demonstrou indignação em relação ao aumento do número de casos que transgridem os direitos humanos e destacou as práticas racistas: "Não sei se aumentaram, na verdade, ou se apenas tornaram-se mais visíveis nesses tempos de pandemia".

Também estiveram presentes no evento Anderson Lopes Miranda, coordenador do Movimento Nacional da População de Rua no município de São Paulo, Graça Xavier, coordenadora da União Nacional por Moradia Popular e vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) , e Raimundo Bonfim, coordenador da central dos Movimentos Populares (CMP).