Evento realizado na Alesp garante visibilidade aos pioneiros das religiões de matriz africana

Grupo organizador percorre o Brasil dando orientações de como iniciar processos de tombamentos de terreiros e garantir o fortalecimento cultural
15/09/2023 16:34 | Tradição | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Costa

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Prêmio Iyalodè<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308861.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Prêmio Iyalodè<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308862.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Prêmio Iyalodè<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308863.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Prêmio Iyalodè<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308864.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Prêmio Iyalodè<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308865.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Babalorixá Mauro de Oxum<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2023/fg308866.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Garantir mais visibilidade às religiões de matriz africana, seus locais de culto pelo Brasil e às pessoas que vivem para manter essa cultura ancestral forte. Este foi o principal objetivo da entrega do Prêmio Iyalodè, encontro realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nesta quarta-feira (13). O evento, que lotou o auditório Paulo Kobayashi e foi solicitado pelo gabinete do deputado Delegado Olim (PP), também buscou promover a luta antirracista e o combate à intolerância religiosa no País.

O babalorixá Mauro de Oxum coordenou as atividades e detalhou a missão do grupo em vários estados brasileiros. "Visibilidade é importante, precisamos de reconhecimento para o nosso povo. No eixo São Paulo-Rio de Janeiro-Bahia, onde estão as manifestações de candomblé mais fortes, procuramos resgatar os babalorixás mais antigos, que até então estavam à margem. Ninguém olhava para essa gente e nós estamos promovendo um resgate de sua história e importância para a cultura preta brasileira", comentou Mauro. Ele também destacou que considera que há falhas por parte do IBGE na realização do Censo, justificando que que há terreiros que não são contabilizados, e cobrou mais atenção.

Ainda segundo o babalorixá, cerca de três mil pessoas já compõem essa rede de apoio. "Estamos tirando essas senhoras de dentro dos terreiros e mostrando que elas são muito importantes e merecem reconhecimento", reforçou o organizador.

Tombamento

Outro ponto importante é repassar conhecimento técnico a pessoas que normalmente têm dificuldade com trâmites burocráticos. Um dos trabalhos do grupo é ensinar os caminhos para processos de tombamento dos terreiros. O objetivo é garantir que esses locais tenham proteção legal para ficarem de pé. "Mostramos os caminhos para cumprir esses trâmites nos âmbitos municipal, estadual e federal, pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. É um trabalho de resgate e preservação", explicou Mauro.

Casa

O babalorixá ainda agradeceu o espaço cedido na Alesp para o encontro. "Aqui é a nossa casa, a sua, a minha, o lugar de todos. Temos aqui pessoas muito importantes, que dão importância para o que fazemos, que valorizam quem edificou esse país, ao lado dos nativos que a gente chama de indígenas", disse ele.

Babalorixá

O babalorixá é um sacerdote principal, chefe espiritual e administrador de um candomblé, de um xangô ou de alguns centros de umbanda, a quem cabe a distribuição de todas as funções especializadas do culto. Ele é o mediador por excelência entre os homens e os orixás; alufá, pai de santo, pai de terreiro.

alesp