Dia do Capoeirista: mestres paulistas 'lutam' para educar novas gerações e manter legado ancestral
02/08/2024 17:04 | Tradição | Tom Oliveira - Fotos: Arquivo Pessoal








"Sinto em meu peito a força da capoeira, essa arte brasileira, luta de libertação!" - Abadá Capoeira
Como destaca a música cantada ao som do berimbau, a capoeira nasceu como forma de resistência dos povos negros durante o período escravocrata brasileiro. Com o tempo, a prática se tornou uma das mais importantes manifestações culturais do País e esse legado vem sendo mantido e transmitido de geração em geração por grandes mestres capoeiristas.
"A capoeira é uma das manifestações mais importantes da história e cultura afro-brasileiras, ao lado do rap, do samba, por exemplo. Manter esse conhecimento vivo é fundamental para as novas gerações", explica Mônica Guimarães Teixeira do Amaral, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Da Capital ao Interior, São Paulo se mostra como um celeiro de grandes capoeiristas que mantêm viva essa ancestralidade. Neste dia 3 de agosto é celebrado o Dia do (a) Capoeirista, data comemorativa aprovada na Assembleia Legislativa do Estado - Lei Estadual 4.649/1985. Vale destaque, também, para o dia 5 de julho, celebrado como o Dia da Capoeira - Lei Estadual 16.896/2018.
Da Capital...
Mestre Gladson é um desses grandes ícones. Com mais de 60 anos dedicados à capoeira, ele atuou por décadas como professor no Cepeusp (Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo) e ainda hoje, aos 82 anos, segue aguerrido no ensinar da capoeira a crianças e adolescentes da região do Capão Redondo, periferia da Zona Sul da cidade de São Paulo.
"Nosso foco não está em ensinar golpes. Nosso foco está em ensinar toda a musicalidade, a historicidade e a ancestralidade dessa cultura tão importante para todos nós brasileiros. A capoeira representa a luta do povo brasileiro", afirma.
Também na Zona Sul, na região de Heliópolis, está o mestre Everaldo, líder do grupo Irmãos Unidos do Bonfim. Ao todo, 25 alunos entre crianças, adolescentes e adultos se reúnem toda semana para jogar a capoeira e aprender toda a ginga e a astúcia da luta.
Um desses alunos, Diego Mazaia, é grato a todos os ensinamentos do mestre. "Comecei na capoeira com 11 anos e ela ajudou muito a me manter focado apesar de todas as dificuldades da vida. Sou muito grato por todos os ensinamentos que aprendi com a capoeira", relata.
...ao Interior
No Interior não é diferente. Mestre Garisto, de Catanduva, é um dos professores que trabalham para ampliar o gosto pela modalidade nas crianças e nos adolescentes. Ele criou, nos anos 1990, o Projeto Capoeirito, presente também em Catiguá e em Barretos. Nessas cidades, Garisto e seus discípulos contam com o apoio das secretarias municipais de Esportes.
"Em 2000, chegamos a formar 279 crianças num único dia aqui em Catanduva. Precisamos de cinco rodas de capoeira para dar conta e foi uma grande festa", relembra. "Hoje, em Catiguá, que é uma cidade pequena, temos cerca de 100 alunos participantes. É muito gratificante ver os mais novos apaixonados pela capoeira".
A quilômetros de distância, outra iniciativa reconhecida é do Amukenguê, em Jaú. Na década de 1980, mestre Marcial desenvolveu um método de ensino da capoeira que visa aliar a capoeira como esporte ao ensino da história e musicalidade brasileira.
"A ideia é que a capoeira seja uma arte lúdica, que possa, além de trabalhar a questão física, também trazer ensinamentos de vida para essa garotada", comenta. "Vemos isso em outras artes marciais e acredito que a capoeira pode ser vista também como um instrumento de educação", avalia.
Do voluntariado às competições
A maior dificuldade dos mestres capoeiristas tem sido angariar apoio do poder público e da iniciativa privada. Na maioria das vezes, conta Valdenor dos Santos, atual presidente da Federação Paulista de Capoeira, o ensino da modalidade é feito de forma voluntária e sem estrutura.
"Essa paixão e dedicação dos mestres e alunos segue falando mais alto, mas lutamos diariamente para que consigamos cada vez mais espaços e mais apoio da sociedade como um todo", afirma.
Esse reconhecimento maior também poderia contribuir para que a modalidade possa se desenvolver ainda mais como um esporte para competição, acredita mestre Valdenor. A busca da Federação Internacional (FIC), da Confederação de Capoeira Desporto do Brasil e da Federação Paulista tem sido para que haja uma padronização e profissionalização maior da modalidade nos cinco continentes, a fim de ampliar o número de praticantes e de competições realizadas. "Quem sabe um dia não possamos ver a capoeira como um esporte olímpico", visualiza Valdenor.
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