A operação da Polícia Federal, deflagrada em diversas cidades, foi o tema central entre os parlamentares na Sessão Ordinária desta quinta-feira (8), no plenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Cada parlamentar possui 5 e 10 minutos, respectivamente, durante o Pequeno e Grande Expediente para tratar de assuntos livres na Casa.

"Essa é uma operação que se baseia na defesa da nossa Constituição, do Estado Democrático de Direito e da democracia. Tentativa de golpe de Estado é crime. Quem cometeu isso tem sim que responder na Justiça, ser processado, julgado e condenado", afirmou o deputado Simão Pedro (PT).

A deputada Mônica Seixas do Movimento Pretas (Psol) também abordou a questão: "É muito grave o que a gente está assistindo nos noticiários de hoje. É importante falar sobre o que está acontecendo, afinal, acordar com uma operação contra militares de alta patente não é todo dia", disse.

Outro parlamentar que foi à tribuna falar sobre o tema foi o deputado Eduardo Suplicy (PT). "É fundamental que se assegure o direito à liberdade de expressão, de imprensa e ao livre debate entre as pessoas. Temos uma situação de altíssima gravidade. As evidências são bastante claras de que o presidente Bolsonaro, não gostando do resultado das eleições, resolveu agir para tentar reverter a situação", avaliou. O colega Reis, também do PT, foi outro que abordou o assunto durante sua fala.

Contraponto

Em contraponto, subiu à tribuna o deputado Conte Lopes (PL), que questionou os direcionamentos das investigações nos últimos anos no País. "Estou aqui há 40 anos e não estou entendendo a política. De acordo com quem está no governo, a polícia age de um jeito. É assim, então? E se tiver um novo presidente da República em 2027? Aí vai começar operação contra o novo presidente eleito?", comentou o parlamentar. "Sempre falei, na campanha, que estava na hora de colocar o exército nas ruas, mas o exército de eleitores. O Brasil tem que trabalhar, tem que ir para frente. É esse o caminho certo agora? Só fazer ataques?", argumentou Lopes.

O deputado ainda mencionou o atual presidente Lula em sua participação em plenário. "Com a jararaca não se pisa no rabo, se pisa na cabeça. E não pisaram na cabeça e o Lula voltou. Aquele mesmo Supremo [Tribunal Federal] que condenou o Lula quatro vezes é o mesmo que depois o absolveu. E as Forças Armadas? Estão prendendo pessoas das Forças Armadas. Será que esses generais estavam realmente pensando em um golpe?", comentou.

CPI

Já o deputado Carlos Giannazi (Psol) falou sobre educação. Ele informou que seu gabinete protocolou um pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo de atribuição de aulas na rede estadual de ensino.

"Temos que investigar porque a atual gestão [do governador] Tarcísio e [do secretário] Feder está destruindo a rede estadual de ensino com imposições absurdas. Professores e professores com experiência pedagógica de até 30 anos não conseguiram pegar aulas porque os critérios foram alterados radicalmente", disse ele.

Reformas

Giannazi também tratou sobre o movimento do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), que é contra a centralização dos recursos e serviços por parte do Governo do Estado este ano.

De acordo com o deputado do Psol, o Executivo suspendeu o Programa Dinheiro Direto na Escola Paulista (PDDE), que oferecia às diretorias das escolas recursos para a realização de diversos serviços estruturais nas unidades de ensino. Sendo assim, várias unidades não estariam preparadas para receber os alunos. Limpeza de calhas, desobstrução de esgoto, jardinagem, pintura, limpeza de caixas d´água, dedetização e troca de lâmpadas são alguns exemplos de serviços que estão inviabilizados pela falta de recursos. "O mato alto ainda facilita a presença de animais peçonhentos, escorpiões e a proliferação do mosquito transmissor da dengue nas áreas das escolas", alertou o deputado.