ILP promove debate sobre papel da tecnologia na gestão de emergências e desastres ambientais em SP

Em parceria com o IPT e a Defesa Civil, especialistas destacam que união entre conhecimento, inovação e políticas públicas pode salvar vidas
02/04/2025 19:44 | Instituto do Legislativo Paulista | Fernanda Franco - Foto: Rodrigo Costa

Compartilhar:

São Sebastião após fortes chuvas em 2023<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342717.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Uso de tecnologia em ações emergenciais é debatido<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342652.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Debate faz parte do Ciclo ILP + IPT <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg342684.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista (ILP) promoveu, nesta quarta-feira (2), um debate online sobre o papel da tecnologia em ações de emergência no estado de São Paulo. Realizado em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Defesa Civil, o evento abordou o uso de novas ferramentas em ações que buscam a segurança da população, a proteção da infraestrutura e o fortalecimento da gestão de risco dos municípios paulistas.

O encontro teve o objetivo de contribuir com as discussões do 11º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visa tornar as cidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.

Desastres e tecnologia

Alagamentos, desabamentos e até terremotos são consequências das mudanças climáticas que afetam o planeta. Durante o debate, o chefe da seção de inovação do corpo de bombeiros de São Paulo, João Rafael Mininel, afirmou que desastres ambientais serão cada vez mais críticos, dinâmicos e recorrentes ao longo dos anos. Entretanto, segundo ele, a utilização e o aprimoramento de tecnologias têm se provado uma importante aliada na prevenção de riscos.

O uso de drones, radares meteorológicos e softwares, como o "sistema de gerenciamento e coordenação em emergências e desastres", usado nas enchentes do Rio Grande do Sul em 2024, possibilita visualizar, em tempo real, áreas afetadas, identificar lugares prioritários para operações de busca, além de assegurar que as informações das equipes de resgate estejam integradas. "A tecnologia é fundamental para que a gente possa lidar com esses cenários tão dinâmicos", apontou o especialista.

De acordo com Mininel, a informação e o tempo são fatores cruciais para se construir uma consciência situacional do desastre. Com isso, é possível tomar boas decisões com rapidez em um contexto de emergência, focadas em salvar o maior número de vidas possível, além de garantir a segurança da equipe de Bombeiros.

O geólogo da Coordenadoria Municipal da Defesa Civil de Santos, Victor Arroyo da Silva do Valle, destacou que, cada vez mais, o foco tem sido pensar "no antes" e não somente na resposta a esses eventos, de modo a não serem surpreendidos por grandes desastres.

Nesse sentido, os sistemas de avisos e alertas também são uma importante inovação na prevenção de riscos. Para o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Henguel Ricardo Pereira, São Paulo evoluiu muito na comunicação de risco, com os famosos alertas da Defesa Civil, que estão divididos entre severo e alerta extremo (toque de sirene).

Isso é possível, segundo ele, devido ao mapeamento geográfico de quais lugares do estado são mais propensos a alagamentos, cotas de inundações dos rios, e, a partir disso, o envio de mensagens por geolocalização para a população em situação de risco. No entanto, para ele, é preciso sempre aprimorar: "Toda vez que a gente investe em sistema de proteção a gente investe na nossa própria vida".

Apesar dos muitos benefícios à sociedade que a tecnologia traz, João Mininel alertou que as decisões e as ações serão sempre humanas, de modo que o aperfeiçoamento profissional é tão importante quanto a "resposta digital".

União de longa data

O geólogo e representante do IPT, Marcelo Fischer, que mediou o debate, relembrou que a parceria entre o IPT, uma das maiores instituições de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico do país, e a Defesa Civil no Estado de São Paulo remonta desde o final da década de 1970.

O trabalho conjunto auxilia nas investigações de riscos ambientais do IPT e nos atendimentos emergenciais realizados pelo Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, especialmente durante épocas chuvosas. "A atuação da geologia e do IPT é essencial nessa atividade de gerenciamento dos riscos de emergência, que ultrapassam o Estado de São Paulo", pontuou.

Assista ao debate, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

alesp