ILP promove debate sobre uso de inteligência artificial na educação
24/04/2025 15:38 | Instituto do Legislativo Paulista | Giullia Chiara - Fotos: Agência Alesp

O Instituto do Legislativo Paulista realizou, nesta quarta-feira (23), o debate 'Inteligência Artificial e o Futuro do Ensino'. O evento teve como objetivo abordar os desafios e oportunidades do uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) na elaboração de atividades didáticas em redes de ensino públicas e privadas. O debate ainda abordou os aspectos regulatórios e sociológicos do tema.
A iniciativa é uma parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas e integra o 'Ciclo ILP+IPT de Ciência Aplicada, Tecnologia e Inovação em Políticas Públicas 2025'.
Educação
Professor da Fundação Getúlio Vargas e do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Ricardo Machado explanou sobre aspectos sociológicos no emprego da IA e apontou caminhos para que educadores consigam inserir a ferramenta no ambiente de trabalho. "Eu não sou novo, tenho idade. Estou me formando em IA porque vejo nisso uma grande oportunidade", disse.
"Cada vez menos seremos professores e cada vez mais educadores. Um professor ensina conteúdos como português e matemática, e o educador vai além, ensina a formação humana, os valores e o desenvolvimento integral. Esse será o grande desafio para nós", esclareceu Ricardo. O professor ainda citou os 4 pilares da educação: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver; e aprender a ser.
Também professor do Insper, André Santana dissertou sobre aspectos técnicos e relembrou que o uso amplo da IA já é uma realidade. "Independentemente da nossa vontade como educador ou administrador a difusão da inteligência artificial da OpenAI [dona do ChatGPT] aconteceu de uma forma muito rápida", disse Santana fazendo referência aos 100 milhões de usuários em apenas 2 meses.
Limitações
"A inteligência artificial é a nossa capacidade de programar computadores para que eles assumam o papel de uma entidade que age para alcançar objetivos. Isso envolve perceber, raciocinar e agir. Entregamos para o computador a capacidade de reproduzir aquilo que o ser humano faz, para que ele possa interagir com o ambiente externo e tomar decisões", comentou Santana.
Ele também apresentou diferentes formatos de IA e deu exemplos de uso para professores, como o uso da IA tradicional, para a otimização de currículos e planejamento escolar, e a generativa, para a criação de conteúdos personalizados e a construção de cenários e estudos de caso.
Apesar das inúmeras aplicações, o professor reforçou que existem limitações e potenciais aprimoramentos para a ferramenta. Viés algorítmico, reprodução de desigualdades, privacidade de dados, dependência tecnológica, redução da interação humana, custo de implementação e exclusão digital são alguns dos obstáculos que as novas tecnologias deverão superar.
Por outro lado, Santana apresentou aspectos insubstituíveis da relação aluno-professor, explicando que a IA não dá aos estudantes a possibilidade de estabelecer relações a longo prazo, que pode dar suporte emocional imediato, mas falta vínculo.
Além disso, as ferramentas têm uma interatividade limitada na construção do conhecimento, já que podem explicar conceitos, mas não orientam o aluno na descoberta de erros e lacunas de entendimento, tendo foco em respostas, não em aprendizado ativo.
Regulação
Pró-reitor de pós-graduação e coordenador do mestrado profissional em engenharia de computação do IPT, Eduardo Luiz Machado citou a importância da legislação para garantir o uso responsável da inteligência artificial. "Regulação é uma forma de intervenção do Estado no mercado para o bem-estar da população", explicou.
Eduardo Luiz ainda abordou a forma como países têm lidado com o tema ao redor do mundo. Ele explicou sobre a lei da União Europeia que conta com classificação de risco do uso, proibição de certas aplicações (como sistema de vigilância massiva), supervisão e fiscalização e incentivo à inovação. "O Brasil iniciou a discussão, mas ainda estamos em fase inicial. O país busca criar um marco regulatório específico para isso, mas não pode deixar que esse marco impeça o desenvolvimento da inteligência artificial", completou.
O educador explicou que o controle envolve criar regras e diretrizes para que o uso da IA seja seguro, ético e benéfico para a sociedade. Ele ainda citou esforços do Ministério da Educação ao participar de debates sobre ética e inclusão para o uso do recurso na educação e pontuou: "A inteligência artificial não é uma ameaça, é uma oportunidade".
Esta é uma contribuição da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e do IPT para a discussão temática dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 4 (Educação de Qualidade) e nº 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) da Agenda 2030 da ONU.
Assista so evento, na íntegra, na transmissão realizada pela Rede Alesp:
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