A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta quinta-feira (7), o seminário "Diálogos sobre Saúde Regional em Oncologia", solicitado pelo deputado Tomé Abduch (Republicanos). Os participantes debateram a construção de soluções para fortalecer a prevenção e o tratamento de qualidade contra o câncer nas unidades públicas de saúde municipais.

Diagnosticado com leucemia, Tomé Abduch comentou que "hospitais com uma gestão eficiente, baseada em um bom treinamento para os funcionários, causam impactos relevantes na Saúde local".

Nesse sentido, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich esclarece que a gestão não acompanhou a evolução da inovação tecnológica, da complexidade, dos custos e da necessidade de informação estruturada para compreender o sistema de saúde. "Quando o gestor não possui o controle do sistema, ele passa de condutor a passageiro do sistema", disse.

Segundo a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, atualmente, o câncer é considerado a segunda principal causa de morte no Brasil, perdendo apenas para doenças cardiovasculares, sendo a principal em 825 munícipios brasileiros.

"É necessário financiar mais iniciativas voltadas ao diagnóstico precoce e ao acesso a tratamentos de Saúde. Uma solução é melhorar a gestão das instituições públicas e privadas de saúde", disse Marlene.

Já Sônia Freire, representante da Secretaria da Saúde do Estado (SES-SP), destacou que só a rede estadual concentra cerca de 125 mil casos oncológicos. "Temos priorizado ações para fortalecer os serviços assistenciais da rede oncológica e superar seus desafios. A rede de alta complexidade contra o câncer possui 88 instituições estaduais e municipais, incluindo hospitais, centros e unidades", comentou.

Financiamento

Durante o encontro, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich explicou que os pilares do financiamento do sistema de saúde são: identificar as necessidades da sociedade, compreender a legislação, quais os recursos para cuidar da população, como é a infraestrutura disponível, qual a verba e tecnologias existentes.

Em 2023, o Brasil gastou cerca de um trilhão de reais com procedimentos gerais em Saúde. Atualmente, o país ocupa o nono lugar em gastos com Saúde, o primeiro são os Estados Unidos e em segundo é a China.

"Desse total, foram 456 bilhões só no Sistema Único de Saúde (SUS). Já na rede privada, a despesa média foi de 582 bilhões, sendo a maior parte com medicamentos", complementa Teich.

O ex-ministro ainda explicou que, em 2024, o Brasil teve um custo médio de cinco trilhões de reais com tratamentos oncológicos, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia e outros procedimentos. No mesmo ano, o Estado de São Paulo gastou 1,2 trilhões.

"Apesar de termos um gasto relevante com procedimentos no SUS, cerca de 82% das despesas com tratamentos oncológicos estão no sistema privado, que cobre 25% da população", pontuou Teich.

Presenças

O encontro ainda contou com a presença do presidente da TUCCA Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), Dr. Sidnei Epelman, coordenadora da Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer (RHCCC), Adriana Martins de Paula.

Ainda estiveram presentes o membro do comitê em Oncologia da Secretaria de Saúde do Estado, Flávio Augusto Vercillo Luisi; obstetra Sandro Garcia Hilário; médica Lúcia Helena de Azevedo; coordenadora da Central de Oncologia da Secretaria Municipal de São Paulo, Marli da Costa Taraia; diretora financeira do Hospital Estadual Mário Covas, Libni Romero Leite.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

Confira a galeria de imagens