Em busca de reconhecimento, síndrome de  fibromialgia é discutida em seminário na Alesp

Síndrome que causa dores crônicas generalizadas e fadiga foi debatida por especialistas em busca de elaborar uma legislação mais ampla; evento foi organizado pelo deputado Rafa Zimbaldi (Cidadania)
12/08/2025 17:24 | Seminário | Gustavo Oreb - Foto: Rodrigo Costa

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Seminário discute impactos da fibromialgia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350780.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputado Rafa Zimbaldi - proponente do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350782.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Isa Meneghini - diagnosticada com fibromialgia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350783.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mariana Palladini - especialista em dores<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350784.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mauricio Leite - ortopedista <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2025/fg350785.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite da última segunda-feira (11), um seminário para discutir sobre o impacto da fibromialgia na vida das pessoas diagnosticadas com a síndrome. Organizado pelo deputado Rafa Zimbaldi (Cidadania), o evento contou com a participação de especialistas e profissionais de saúde que debateram as principais necessidades dos pacientes que possuem a condição - caracterizada por dores crônicas generalizadas.

"Eu não tinha noção do que era fibromialgia até começar a receber demandas de pacientes que procuravam meu gabinete em busca de representação pública. Depois de estudar o tema, consegui ter dimensão das complicações causadas pela síndrome e, sem dúvida, ela merece espaço para discussão. A partir de mais informações que reunimos hoje, trabalharemos para elaborar novos projetos que reconheçam-na como deficiência no estado", afirmou o parlamentar.

Diagnosticada com fibromialgia, a atriz e estudante de fisioterapia, Isa Meneghini, foi convidada para contribuir com o debate. "A fibromialgia não está sendo reconhecida como deficiência pelo diagnóstico médico, mas sim pelas barreiras psicossociais que enfrentamos diariamente. Mais de 50% das pessoas com essa doença estão desempregadas, não porque elas querem, mas porque elas precisam faltar ao trabalho e ir ao SUS por conta das dores em horários comerciais", apontou ela.

"Uma lei geraria equidade e não manteria essas pessoas trancadas em casa recebendo auxílio do Estado, afinal de contas, também não é um caso de invalidez. Mesmo assim, é preciso corrigir o tratamento social e o preconceito que sofremos, que vai, pouco a pouco, minando nossa força de vontade. Precisamos dar o mínimo de dignidade a todos que sofrem com a síndrome", acrescentou Meneghini.

Evolução da medicina

Médica e representante da diretoria da Sociedade Brasileira do Estudo da Dor, Mariana Palladini salientou, em sua participação no seminário, que nos mais de 24 anos de trabalho especializado em dores, a discussão sobre o tema nunca foi tão evidente como agora. "A fibromialgia, de fato, impacta muito na qualidade de vida dos pacientes. É uma síndrome que não pode ser diagnosticada com exames simples, e não existem especialistas em dor suficientes para a quantidade de pacientes", relatou.

"Nas faculdades de Medicina, é importante que sejam formados mais médicos com esse conhecimento, e, finalmente, consigo ver um futuro nesse aspecto. Depois desse tempo todo, vejo a sociedade brasileira se levantando e pedindo por isso, e esse esforço precisa se transformar em legislação", ressaltou Mariana.

Complementando esse ponto de vista, o ortopedista-cirurgião de mãos e punhos, Mauricio Leite, contou a respeito do panorama geral dos atendimentos aos pacientes de fibromialgia. "O primeiro contato do paciente com dor tende a ser com o ortopedista. Na maioria dos casos, o médico não dá a atenção necessária ao paciente e o encaminha para outro especialista. É uma doença conhecida mas com pouco estudo e poucas informações. Nesse caso específico, a dor gera complicações psicológicas, que pioram mais ainda todo o cenário. Portanto, observando o cenário da medicina hoje, acredito que será preciso muito mais atenção e foco nos detalhes para tornar a vida dos pacientes melhor pouco a pouco", observou o médico.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela TV Alesp:

Confira a galeria de imagens do evento

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