'Cuidar é político': evento na Alesp defende regulamentação de profissão de cuidador

Proposto pela deputada Marina Helou (Rede), seminário reuniu especialistas e figuras políticas para discutir caminhos para a formulação de políticas públicas que protejam profissionais
01/09/2025 17:14 | Seminário | Gustavo Oreb - Fotos: Marianna Bonaccini

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Evento defende regulamentação da profissão de cuidador<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351857.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário discute políticas para cuidados<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351825.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Marina Helou - proponente do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351826.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marina Bragante - adaptação do Poder Público<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351854.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Guilhermina Monteiro - pedagoga<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351855.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ana Carolina Andrada - cenário atual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2025/fg351856.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (1º), um seminário com o propósito de discutir a criação de políticas públicas e leis direcionadas aos direitos dos profissionais de cuidados no estado. Organizado pela deputada Marina Helou (Rede), o evento reuniu especialistas sobre o tema que apontaram as principais carências do setor, assim como possíveis soluções ligadas ao Poder Público.

"A possibilidade de poder cuidar de si mesmo é um privilégio, mas não deveria ser. A profissão de cuidadores de idosos, por exemplo, nem é uma atividade reconhecida oficialmente, trabalham de maneira informal, muitas vezes ganhando menos que um salário mínimo. Devemos trazer para a concretude um tema tão intrínseco à nossa condição humana. Já passou da hora de termos políticas que fortaleçam todas as profissões que envolvam o cuidado, independente de qual for o recorte. Sejam os cuidados com idosos, crianças, moradores de rua, o importante é que essas pessoas precisam de valorização e respaldo reais", afirmou a deputada.

Em cima da mesma questão, a vereadora da cidade de São Paulo, Marina Bragante, salientou que, para esses objetivos se cumprirem, o método de criação de medidas deve se adaptar à necessidade da população. "O que estamos propondo hoje é algo bonito, mas muito desafiador: fazer política diferente do que se viu nas últimas décadas. As políticas públicas são criadas a partir da conexão da população com os poderes, por conta de necessidades específicas. No caso dos cuidados, não é apenas um segmento, mas, sim, uma necessidade geral humana. O Poder Público ainda precisa aprender a construir medidas dessa forma, mas será um exercício que, a longo prazo, vai fazer a diferença", disse.

Valorização

"Nós cuidamos dos nossos pacientes, mas quem cuida dos nossos colaboradores e de seus familiares?", questionou a pedagoga especializada em pessoas com deficiência intelectual da Associação Beneficente Guainumbi, Guilhermina Monteiro. Ela esclareceu que a invisibilidade e informalidade são os principais problemas dos profissionais de cuidados em âmbito estadual.

"Esse ano, criamos uma política de arrecadação em festas e distribuição de renda para fazer passeios entre os colaboradores e trabalhadores. O retorno na saúde mental é visível imediatamente, mas não é o suficiente. Isso é o que conseguimos fazer com o pouco que temos. Cuidadores, assistentes sociais e pedagogos ainda não são valorizados o suficiente, mas vamos lutar para que essas pessoas também sejam bem cuidadas, como elas tanto se esforçam para fazer com aqueles ao redor", acrescentou Guilhermina.

Já a socióloga e pesquisadora sobre cuidados no mercado de trabalho, Ana Carolina Andrada, evidenciou as mudanças de características da população brasileira como fator fundamental para compreender o cenário dos profissionais de cuidados. "O contingente de pessoas idosas cresceu muito, e boa parte dessa população necessita desses serviços. A maioria das pessoas que trabalham com isso são mulheres, geralmente negras e periféricas. Isso inclui adolescentes e idosas, inclusive. Pessoas que poderiam precisar de ajuda são aquelas que acabam trabalhando com isso, com um grau de informalidade e desproteção enorme. Todo esse cenário deve ser levado em consideração quando forem formuladas leis direcionadas ao setor de cuidados", concluiu.

Assista ao evento, na íntegra, em transmissão feita pela TV Alesp:

Confira a galeria de imagens do evento

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