Os falecimentos da cantora Rita Lee e do deputado federal David Miranda geraram comoção nacional. Nesta terça-feira (9), durante a sessão ordinária, na qual os deputados têm alguns minutos para debater temas livres, vários parlamentares dedicaram seu tempo para demonstrar seus pêsames e prestar homenagens a essas figuras de tamanha importância.

O deputado Eduardo Suplicy (PT) iniciou a sessão saudando Rita Lee, a "rainha do rock brasileiro", falecida na noite da última segunda (8). "Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, ela moldou, de alguma forma, todos os artistas que a sucederam. Ela transcendeu sua carreira musical brilhante e foi uma mulher excepcional", disse.

Em seguida, contou sua experiência pessoal com a artista: "No ano de 2008, Rita fez um show ao lado de meu filho, Supla, no Parque Ibirapuera, e me convidou para subir ao palco e cantar com eles. Foi um momento muito feliz." Encerrando o discurso, Suplicy prestou condolências pelo falecimento do deputado federal David Miranda, que ocorreu na última segunda-feira (8), e pediu um minuto de silêncio dos parlamentares, que assim fizeram.

Os deputados Jorge do Carmo (PT), Beth Sahão (PT), Professora Bebel (PT) e Simão Pedro (PT) também discursaram sobre o assunto:

"Rita Lee marcou minha geração, foi uma rockeira que colocava em suas músicas tudo que nós gostávamos. Ela representava o rock paulista melhor do que ninguém. Sua musicalidade singular, que alegrava nossas vidas, com certeza permanecerá viva", comentou Beth.

Os parlamentares fizeram questão, principalmente, de ressaltar a personalidade cativante de Rita Lee, e como ela se aproximava das pessoas de maneira única e insubstituível.

"É difícil encontrar alguém que não gostasse da Rita Lee. Na minha juventude, ela foi marcante e transgressora, em pleno período de Ditadura Militar. A morte dela nos dá um vazio, pois ela era próxima de todos. Sem precisar conhecê-la pessoalmente, milhões de pessoas a amavam", discursou Bebel.

O deputado Jorge do Carmo, por sua vez, destacou a importância de David Miranda em sua trajetória. "Lamentamos demais a morte de David Miranda no Rio de Janeiro. Ele foi um grande ativista, companheiro e uma pessoa que tem uma história brilhante. David enfrentou enormes dificuldades na nossa sociedade, que ainda é muito heterogênea e conservadora. Além de tudo, faleceu muito jovem, o que é lamentável, visto que tinha um futuro incrível pela frente", declarou.

Simão Pedro também homenageou Rita Lee e David Miranda, mas deu destaque a outra figura que faleceu recentemente: o pesquisador Marcelo Zelic, conhecido pela defesa dos povos indígenas. "Marcelo dedicou a vida a lutar pelos humildes. Ele revitalizou diversos acervos históricos sobre o operariado em São Paulo, assim como sobre os abusos da Ditadura Militar. Além de excelente profissional, era um grande amigo", relatou.

Reajustes salariais

Outros assuntos de grande relevância na sessão foram os reajustes salariais, tanto a respeito do salário mínimo, quanto da recomposição salarial dos policiais, que diz respeito ao Projeto de Lei Complementar 75/2023, de autoria do Executivo.

Os deputados Capitão Telhada (PP) e Rafael Saraiva (União) subiram na tribuna em forma de apoio à proposta de recomposição salarial aos policiais de São Paulo.

"Vamos tentar ajudar o Governo com a comunicação com os policiais sobre o funcionamento do processo. Nós, policiais, estamos clamando por reconhecimento há décadas. Por isso, mantenho minha posição de apoio a essa proposta, não devemos perder a oportunidade de melhorar a carreira dos policiais", disse Telhada.

Por outro lado, o deputado Reis (PT) teceu críticas às ações do Governo do Estado: "O processo de recomposição salarial não foi suficiente. O Governo deveria ter ouvido mais os trabalhadores através de uma mesa de negociações permanente, que valorize os servidores e suas demandas."

Já Luiz Claudio Marcolino (PT) e Jorge do Carmo falaram sobre o reajuste do salário mínimo em São Paulo. "O salário mínimo regional, por lei, deve estar acima do nacional, algo que não estava acontecendo nos últimos anos.", criticou Marcolino.

Completando a declaração, Jorge diz: "A comparação com o salário nacional não tem nenhuma lógica, e o cidadão comum não pode ser enganado por falsas expectativas. Nós, deputados, vamos debater esse tema com muita seriedade, para que os trabalhadores tenham condições de ir ao mercado e não passar necessidade."

Outros temas

Carlos Giannazi (Psol), em sua participação, levantou a pauta do acesso à odontologia na Saúde Pública. "Ontem, foi sancionada pela presidência da República a Lei 14.572 de 2023, que inclui o tratamento odontológico no SUS. A população, mais do que nunca, terá acesso a esse atendimento, assim que o investimento adequado for realizado, com a contratação de novos e bons profissionais da área", comentou.

Em seu tempo de sessão, o deputado Sebastião Santos (Republicanos) destacou a importância das emendas parlamentares. "Elas são importantíssimas, atendem a área da saúde, da educação, social, segurança, municípios. Entretanto, o relatório até o momento não é muito positivo. Entre cerca de mil emendas, 639 já foram inviabilizadas. Há algo de errado aqui, essas entidades desistiram? Creio que o Governo do Estado de São Paulo deveria olhar com mais carinho para essas ocorrências", apontou.

Já Bruna Furlan (PSDB), comentou sobre sua presidência na Comissão da Saúde. "Temos um grande desafio pela frente e me sinto profundamente honrada em fazer parte de um grupo tão importante, com a maior representatividade feminina entre as comissões da Casa".

Por fim, no grande expediente, o deputado Simão Pedro voltou para a tribuna e criticou a obra hidrelétrica que está ocorrendo no município de Pirassununga. "A prefeitura local pretende realizar uma obra para construir uma usina hidrelétrica na região Cachoeira de Emas, no Rio Mogi-Guaçu, que, além de importância turística, tem grande relevância ambiental, contendo 150 espécies de peixes", protestou.