Os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo comentaram, durante a sessão ordinária desta sexta-feira (27), sobre o Dia do Servidor Público e sobre um problema na aplicação do Provão Paulista para os alunos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).

Além disso, a exigência de envio de uma videoaula no concurso público para professores da Rede Estadual de Ensino e a implementação da Renda Básica de Cidadania foram temas abordados na tribuna do Plenário Juscelino Kubitschek.

De segunda a sexta-feira, acontecem as sessões ordinárias na Alesp. A partir das 14h, ocorrem o Pequeno e o Grande Expedientes, nos quais os parlamentares têm, respectivamente, 5 e 10 minutos para falar sobre temas de livre escolha.

Dia do Servidor Público

Comemorado nacionalmente no próximo sábado (28), o Dia do Servidor Público foi pauta na sessão desta tarde. O deputado Guilherme Cortez (Psol), que realizou uma sessão solene na manhã desta sexta-feira em homenagem ao Dia do Metroviário, subiu à tribuna para parabenizar os trabalhadores dessas duas categorias.

"O serviço público é, para a maioria da população, a única garantia do acesso a direitos básicos. O direito de ter acesso ao transporte público, à educação, desde a educação básica até o ensino superior, à saúde , à cultura, à assistência social. Todas essas áreas só existem todos os dias porque existem homens e mulheres que se dedicam a elas", afirmou Cortez, que ainda defendeu a manutenção desses serviços, inclusive o Metrô, como públicos.

Na mesma linha, o deputado Carlos Giannazi (Psol) também fez uma defesa aos funcionários que prestam esses serviços à população. "Sem servidores públicos, não há efetivação de políticas públicas. São eles que estão atendendo a população na ponta", disse.

Provão Paulista

Em seu tempo regimental, o deputado Luiz Claudio Marcolino (PT) falou sobre um impasse na aplicação do Provão Paulista, espécie de vestibular, organizado pelo Governo de SP, que será mais uma oportunidade de ingresso em instituições de ensino superior para alunos da rede pública.

O problema exposto pelo parlamentar é que os alunos do Instituto Federal de São Paulo terão de se locomover até a Capital Paulista para realizar os dois dias de provas. O IFSP tem campi em 36 municípios ao redor do Estado e, por meio de uma carta oficial de seu reitor, Silmário Batista dos Santos, a entidade aponta que essa exigência implicará em diversas dificuldades aos seus estudantes.

"Solicitamos respeitosamente à Secretaria de Educação que avalie a possibilidade de permitir que os estudantes do IFSP realizem suas provas em seus municípios de residência. Isso não apenas facilitaria o acesso ao ensino superior para todos, independente de sua localização geográfica, mas também reduziria os ônus financeiros e emocionais associados às viagens", explicou o reitor.

Marcolino leu a carta, expôs preocupação com a situação e pediu que o Governo tome medidas para facilitar a vida desses alunos. "Esse procedimento vai deixar de fora milhares de alunos do provão paulista, que, em minha avaliação, é um instrumento importante para que os jovens do Estado possam ingressar na universidade".

Concurso para professores

Em outro pronunciamento, o deputado Carlos Giannazi mostrou indignação contra a exigência de envio de uma videoaula em um concurso para vagas de professor da Rede Estadual de Ensino. Segundo o parlamentar, muitos professores foram eliminados apenas por conta do vídeo enviado.

"O professor não tem que dar aula pela internet, até porque o ensino na educação básica é essencialmente presencial. Não existe educação on-line na educação básica no estado de São Paulo, então é uma exigência que não cabe a um concurso como esse", acrescentou Giannazi. Ele anunciou que entrou com uma representação pedindo ao Ministério Público a anulação deste item do concurso, já que "não acrescenta em nada à prática dos professores da Rede Estadual".

Renda Básica de Cidadania

Por fim, o deputado Eduardo Suplicy (PT) comentou na tribuna sobre o editorial do jornal O Estado de São Paulo, intitulado "Uma geração condenada". O texto fala sobre a quantidade de crianças e jovens em situação de pobreza e como isso afeta suas vidas adultas.

Para Suplicy, a solução para esse problema é a implantação da renda básica universal de cidadania. "Eu tenho a convicção de que isso vai mudar significativamente para melhor essa situação que tem preocupado a nós brasileiros", afirmou.